Precarização da vida nas ruas em cenário pandêmico / Precariousness of homeless people in a pandemic scenario / Precariedad de la vida en la calle en un escenario de pandemia

RESUMO

O presente artigo tem como objetivo discutir as repercussões da pandemia do Coronavírus (Covid­19) nos processos de enunciação e subjetivação da população em situação de rua. Norteadospela pesquisa cartográfica e pela esquizoanálise, acompanhamos os movimentos da população de rua em Parnaíba (PI)e,virtualmente,o Movimento Nacional População de Rua (MNPR),durante doze meses,perpassando as cidades de Brasília (DF), Belém (PA), Manaus (AM), Goiânia (GO), São Paulo (SP), Belo Horizonte (MG), Curitiba (PR), Maceió (AL), Natal (RN), Recife (PE), Teresina e Parnaíba (PI), Porto Alegre (RS) e Vitória (ES). O trabalho foi realizado através de deslocamentos por espaços urbanos do municípiode Parnaíba,e mapeamentos das redes sociais (Facebook, Instagram) e plataformas de vídeos (Youtube) do MNPR e de seus apoiadores. Consultamos também documentos públicos em sites dosgovernos estaduais e municipais e do Ministério Público, problematizando os agenciamentos dos processos de subjetivação da população de rua duranteesse momento de crise sanitária, política e social. A pandemia da Covid-19 escancarou ainda mais as vulnerabilidades vivenciadas por esse grupo e reafirmou a importância da organização coletiva das pessoas em situação de rua, protagonizada pelo MNPR, num compromisso ético-político,colocando-se como meio de resistência à sujeição colonial-capitalística. (AU)

ABSTRACT

This article exposes the repercussions of the Coronavirus pandemic (Covid­19) on the enunciation and subjectivization processes of the homeless population. Guided by the cartographic research and byschizoanalysis,we followed the movements of the homeless people in Parnaíba (PI), and virtually we followed the National Movement of the Street Population (MNPR), passing through the cities of Brasília (DF), Belém (PA), Manaus (AM), Goiânia (GO), São Paulo (SP), Belo Horizonte (MG),Curitiba (PR), Maceió (AL), Natal (RN), Recife (PE), Teresina and Parnaíba (PI), Porto Alegre (RS) and Vitória (ES). The manuscript was carried out through of displacements through urban spaces of the municipality of Parnaíba andand through social networks (Facebook, Instagram) and video platforms (YouTube) of the MNPR and other supporters. We also consulted public documents on websites of state and municipal governments and the Public Ministry, questioning the agency of the processes of subjectivationofthe homeless population during this moment of sanitary, political and social crisis. The Covid-19 pandemic further exposed the vulnerabilities experienced by this group and reaffirmed the importance of the collective organization of homeless people, exercised by the MNPR, in this ethical-political commitment, serving as a means of resistance to colonial-capitalistic subjection.(AU)

RESUMEN

Este artículo expone las repercusiones de la pandemia de coronavirus (Covid-19) en los procesos de enunciación y subjetivación de la población sin hogar. Guiados por investigación cartográfica y por el esquizoanálisis, seguimos durante doce meses los movimientos de la Población de Calle en Parnaíba (PI), y prácticamente el Movimiento Nacional de Población de Calle (MNPR), pasando por las ciudades de Brasília (DF), Belém (PA), Manaus (AM), Goiânia (GO), São Paulo (SP), Belo Horizonte (MG), Curitiba (PR), Maceió (AL), Natal (RN), Recife (PE), Teresina y Parnaíba (PI), Porto Alegre (RS) Vitória (ES). El trabajo fue realizado moviéndonos por los espacios urbanos de la ciudad de Parnaíba y por medio de la cartografía de las redes sociales de la ciudad (Facebook, Instagram) y plataformas de video (Youtube)del MNPR y de simpatizantes. Además, consultamos documentos públicos en sitios web delos gobiernos estaduales y municipalesy del Ministerio Público, problematizamos la agencia de los procesos de subjetivación de población de la calleen este momento de crisis sanitaria, política y social. La pandemia Covid-19 expuso aún más las vulnerabilidades que vive este grupo y reafirmó la importancia de la organización colectiva de personas sin hogar, ejercida por el MNPR, en este compromiso ético-político, ubicándose como un medio de resistencia al sometimiento colonial-capitalista. (AU)