Síndrome de Burnout nos trabalhadores da Saúde Mental nos Centros de Atenção Psicossocial / Burnout Syndrome in Mental Health Workers at Psychosocial Care Centers

RESUMO

Os trabalhadores da saúde mental estão expostos ao sofrimento mental devido aos inerentes riscos psicossociais e da organização de trabalho, devido as elevadas exigências de trabalho, para darem conta das demandas de cuidado e assistência dos usuários dos serviços de saúde. Estudos voltados para a saúde mental e síndrome de Burnout desses trabalhadores são escassos. Desta forma, o presente estudo objetivou avaliar a prevalência da Síndrome de Burnout entre os trabalhadores de saúde dos Centros de Atenção Psicossocial e as associações com as características biossociais e laborais desses profissionais. Estudo exploratório, com delineamento transversal e abordagem quantitativa, realizado nos onze Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) da rede de saúde mental em um município no interior do estado de São Paulo com uma amostra de 193 trabalhadores. Os trabalhadores dos CAPS com baixa ou regular satisfação no trabalho apresentaram no modelo final preditivo 4,8 vezes mais chances de desenvolver Síndrome de Burnout quando comparado àqueles com boa ou ótima satisfação no trabalho. O apoio social da equipe e a satisfação no trabalho podem ser apontados como fatores protetores contra o sofrimento destes profissionais. Para a concretização da reforma psiquiátrica, também é necessário um olhar ampliado ao trabalhador da saúde mental.

ABSTRACT

Mental health workers are exposed to mental suffering due to the inherent psychosocial and work structure risks, due to the high work demands, to cope with the care and assistance demands of health service users. Studies focused on the mental health and Burnout syndrome of these workers are scarce. Thus, this study aimed to assess the prevalence of Burnout Syndrome among health workers at Psychosocial Care Centers and its associations with the biosocial and work-related characteristics of these professionals. This was an exploratory study, with a cross-sectional design and a quantitative approach, carried out in eleven Psychosocial Care Centers (PSCC) of the mental health network in a city in the interior of the state of São Paulo with a sample of 193 workers. PSCC workers with low or regular job satisfaction were 4.8 times more likely to develop Burnout Syndrome in the final predictive model when compared to those with good or excellent job satisfaction. The team's social support and job satisfaction can be identified as protective factors against the suffering of these professionals. For the realization of psychiatric improvements, it is also necessary to have a broader look at the mental health worker.