Violência entre Parceiros Íntimos adolescentes: Atuação da Rede de proteção durante a pandemia da COVID-19 / Intimate partner violence in adolescence: Action of the protection network during the COVID-19 pandemic

RESUMO

A Violência por Parceiro Íntimo (VPI) envolve comportamentos violentos entre parceiros formais e eventuais. Apesar de Curitiba ter uma Rede de Proteção à Criança e ao Adolescente, não há ações específicas para abordar a VPI nessa população. É crucial que os profissionais de saúde identifiquem e implementem medidas interdisciplinares para prevenir e combater esse problema. Por isso, esse estudo teve como objetivo descrever e analisar a percepção de trabalhadores da Rede de Proteção à criança e ao adolescente em situação de risco para violência de Curitiba diante do fenômeno violência entre parceiros íntimos adolescentes. Estudo de abordagem qualitativa sob o referencial teórico da Teoria da Intervenção Práxica da Enfermagem em Saúde Coletiva. Os dados foram coletados em 2022 via entrevistas semiestruturadas, submetidos à análise de conteúdo com apoio do software WebQDA. As categorias analíticas foram gênero e geração. Participaram cinco trabalhadores da Rede de Proteção e emergiram duas categorias a VPI como um fenômeno comum na adolescência e no território, e a atuação em rede diante da VPI adolescente e as limitações durante a pandemia de COVID-19. As concepções negativas sobre a VPI na adolescência, baseadas em estereótipos de gênero e geração, frequentemente subjugam as meninas. A abordagem fragmentada nos serviços de saúde pesquisados não reconhece a VPI como uma questão de saúde, e a assistência aos adolescentes, já deficiente, piorou durante a pandemia. Apesar disso, a Rede de Proteção é vista como uma esperança para enfrentar a VPI adolescente, sendo uma ferramenta promissora, porém ainda precisa ser mais integrada aos serviços de saúde.

ABSTRACT

Intimate Partner Violence (IPV) involves violent behavior between formal and occasional partners. Although Curitiba has a Child and Adolescent Protection Network, there are no specific actions to address IPV in this population. It is crucial that healthcare professionals identify and implement interdisciplinary measures to prevent and combat this problem. Therefore, this study aimed to describe and analyze the perception of workers from the Network for the Protection of Children and Adolescents at Risk for Violence in Curitiba regarding the phenomenon of violence between adolescent intimate partners. This is a qualitative study based on the theoretical framework of the Theory of Praxis Intervention in Public Health Nursing. Data were collected in 2022 via semi-structured interviews, subjected to content analysis with the support of WebQDA software. The analytical categories were gender and generation. Five workers from the Protection Network participated and two categories emerged IPV as a common phenomenon in adolescence and in the territory, and network action in the face of adolescent IPV and limitations during the Covid-19 pandemic. Negative conceptions about adolescent IPV, based on gender and generational stereotypes, often subjugate girls. The fragmented approach in the health services surveyed does not recognize IPV as a health issue, and assistance to adolescents, already deficient, worsened during the pandemic. Despite this, the Protection Network is seen as a hope to combat adolescent IPV, being a promising tool, but it still needs to be more integrated into health services.