Uma visão diferenciada sobre o enxerto de tecido conjuntivo subepitelial / A different focus on the subepithelial connective tissue graft ­ a literature review

RESUMO

O enxerto de tecido conjuntivo subepitelial (ETCS) é considerado o padrão-ouro no recobrimento de superfícies radiculares em dentes com recessões gengivais unitárias classe I e II de Miller. Existem diferentes técnicas e áreas para coleta do ETCS, incluindo o palato lateral anterior, posterior e tuberosidade maxilar. Estas diferentes áreas fornecem enxertos com características anatômicas, formas geométricas e composições histológicas distintas. Especula-se que, devido a essas diferenças, pode haver influência no processo de revascularização do enxerto, estabilidade volumétrica e, consequentemente, no resultado clínico. Dependendo da técnica utilizada, da área e/ou profundidade na remoção do enxerto, estes podem ter diferentes formas e composições histológicas, possuindo maior ou menor parte de lâmina própria ou submucosa. Sendo assim, esta revisão da literatura buscou salientar a importância do conhecimento sobre as características dos diferentes tipos de ETCS removidos do palato, a escolha da técnica ideal de remoção e a previsibilidade dos resultados. Estudos em cadáveres, análises tomográficas e estudos clínicos relataram que a melhor área para remoção de enxerto no palato localiza-se entre o canino e a mesial do primeiro molar. A espessura da mucosa do palato aumenta da crista alveolar em direção à sutura palatina mediana, sendo que há maior predominância de lâmina própria na área próxima à margem gengival. Portanto, o planejamento da técnica de ETCS deve envolver não apenas a área receptora, mas também uma análise prévia cuidadosa da espessura e características da área doadora, o que enfatiza a importância de mais estudos clínicos randomizados avaliando diferentes características da área doadora.

ABSTRACT

The subepithelial connective tissue graft (SCTG) is considered the gold standard for root coverage procedures of Miller's class I and II gingival recessions. Different techniques and areas are considered to obtain SCTG, including anterior and posterior lateral palate and maxillary tuberosity. These areas provide different grafts considering anatomical features, geometric shapes and histological compositions. It is speculated that these differences may influence in revascularization processes, volume stability and consequently the clinical outcomes. Depending on the technique used, the area and/ or depth during removal of the graft may result in different shapes and histological compositions with majority of lamina propria or submucosa. Thus, this literature review emphasizes the importance of the knowledge about different characteristics of SCTG types removed from palate, the ideal choice of removal technique and predictability of clinical outcomes. Studies on cadavers, tomographic analysis and clinical studies have reported that the best area for graft removal in palate is located between canines and mesial of the first molars. The thickness of the palatal mucosa increases in the direction of the alveolar crest toward the palatal sutures. A predominance of lamina propria in the area near the gingival margin is observed. Therefore, the SCTG technical planning should involve not only the receptor area, but also previously a careful analysis of the thickness and characteristics of the donor area, which emphasizes the importance of more randomized clinical trials evaluating different characteristics of the donor area.