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O sujeito em exílio: entre o ser da intimidade e o ser da violência política extrema / El sujeto en exilio: entre el ser de la intimidad y el de la violencia política extrema / Subject in exile: between being in intimacy and being in extreme political violence
Viñar, Marcelo.
  • Viñar, Marcelo; membro titular da Associação Psicanalítica do Uruguai APU.
Rev. bras. psicanál ; 51(1): 167-176, abril 2017.
Article in Portuguese | LILACS | ID: biblio-849396
RESUMO
"Eu sei quem eu sou e sei quem eu posso ser" foi a pretensiosa e quixotesca afirmação do racionalismo ocidental ao longo do Século das Luzes. O sujeito descentrado, que o inconsciente freudiano descobre ou inventa, derruba tal certeza. Isso, como coloca o próprio Freud, constitui o terceiro golpe à megalomania narcísica da humanidade, depois dos de Copérnico e Darwin. Parcialmente estrangeiros para nós mesmos, somos estruturalmente sujeitos em exílio. Sobre essa base estrutural opera a barbárie da violência política, o genocídio quente da guerra e o genocídio frio da xenofobia e da exclusão. O texto propõe combater a medicalização das vítimas e promover a clivagem entre ilesos e afetados a fim de chamar a atenção para o reconhecimento dos fatores que, em psicologia individual e coletiva, propiciam ou promovem (ou, pelo contrário, impedem) a expressão de destrutividade humana.
RESUMEN
"Yo sé quién soy y sé quién puedo ser", fue la pretenciosa y quijotesca afirmación del racionalismo occidental durante el Siglo de las Luces. El sujeto descentrado, que descubre o inventa el inconsciente freudiano, derrumba esa certeza y, como señala el propio Freud, esto constituye el tercer golpe a la megalomanía narcisista de la humanidad, después de Copérnico y Darwin. Parcialmente extranjeros a nosotros mismos, somos estructuralmente sujetos en exilio. Es sobre este basamento estructural que opera la barbarie de la violencia política, el genocidio caliente de la guerra y el genocidio frio de la xenofobia y la exclusión. El texto apunta a combatir la medicalización de las víctimas y fomentar el clivaje entre indemnes y afectados para dirigir la atención a reconocer los factores que, en psicología individual y colectiva, propician o fomentan (o, al contrario, impiden) esta expresión de destructividad humana.
ABSTRACT
"I know who I am and I know who I can be" was the pretentious and quixotic assertion which characterized the Western rationalism throughout the Age of Enlightenment. This certainty, however, is destroyed by the "off-centered" (or eccentrical) subject, whom the Freudian unconscious discovers or invents. Freud himself considers it as the third strongest hit against humankind's narcissistic megalomania. Copernicus's and Darwin's discoveries, he continues, would be the first two. We partially are foreigners to ourselves; therefore, we are subjects in exile. The barbarism of political violence works on this structural basis. The "hot" genocide of war and the "cold" genocide of xenophobia and exclusion are affected. This paper's purpose is to fight against the medicalization of victims. The author attempts to distinguish the psychologically damaged individuals from the undamaged ones in order to emphasize the factors that provide or promote (or, on the other hand, prevent) expressions of human destructiveness.

Full text: Available Index: LILACS (Americas) Language: Portuguese Journal: Rev. bras. psicanál Journal subject: Psychiatry Year: 2017 Type: Article

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