Adenocarcinoma endocervical em Porto Alegre e região metropolitana: morfologia e prevalência / Endocervical adenocarcinoma in Porto Alegre and metropolitan region: morphology and prevalence

RESUMO

Objetivos: determinar a prevalência das neoplasias malignas epiteliais do colo uterino. Investigar a prevalência dos subtipos histológicos, o quadro clínico e a presença do papilomavírus humano em pacientes com adenocarcinoma endocervical. Método: foram analisados, por meio de microscopia óptica, todos os carcinomas do colo uterino do Grupo Hospitalar Conceição ­ Porto Alegre, entre 1995 e 2003, determinando a prevalência dos tipos histológicos. Os casos de adenocarcinoma foram classificados quanto ao subtipo histológico (estabelecido pela Organização Mundial da Saúde), determinando, ainda, o número de lesões intra-epiteliais escamosas associadas e aferindo dados clínicos relevantes. Amostras dos casos de adenocarcinoma foram avaliadas por meio da Reação em Cadeia da Polimerase, a fim de investigar a presença do Papilomavírus Humano nessa neoplasia. Resultados: avaliaram-se 908 casos de carcinoma epidermóide (79,7%) e 229 (20,1%) de adenocarcinoma. Os subtipos mais freqüentes de adenocarcinoma compreenderam o mucinoso (190 casos ­ 82,9%) e o endometrióide (12 casos ­ 5,3%), havendo 72 lesões intra-epiteliais (31,5%) associadas. A idade média das pacientes correspondeu a 53,2 anos, sendo 93 assintomáticas (40,6%) e 139 multíparas (60,6%). A técnica de PCR permitiu a detecção do HPV em 182 (79,48%) dentre os 229 casos de adenocarcinoma do colo uterino, sendo o HPV 18 o tipo predominante (51,09%). Conclusão: é sugerido um aumento relativo da prevalência de adenocarcinoma endocervical, assim como seu provável vínculo com o HPV. Comprovou-se o subtipo mucinoso como o mais prevalente dentre o grupo de adenocarcinomas, sendo uma neoplasia que acomete, freqüentemente, pacientes assintomáticas, multíparas e em com idade média de 50 anos (AU)

ABSTRACT

Objectives: To determine the prevalence of neoplasias of the cervix. To investigate the prevalence of histological subtypes, the clinical picture, and the presence of the human papillomavirus (HPV) in patients with endocervical adenocarcinoma. Methods: We analyzed all cases of carcinoma of the uterine cervix, which has occurred in the Grupo Hospitalar Conceição, Porto Alegre, between 1995 and 2003, determining their prevalence. The cases of adenocarcinoma were classified according to histological subtype (as established by the World Health Organization), determining, too, the number of associated squamous intraepithelial lesions and appraising relevant clinical data. Samples of cases of adenocarcinoma were assessed by means of Polymerase Chain Reaction (PCR) to investigate the presence of the HPV in this neoplasia. Results: A total of 908 cases of epidermoid carcinoma (79.7%) and 229 (20.1%) cases of adenocarcinoma were evaluated. The most frequent subtypes of adenocarcinoma were the mucinous (190 cases ­ 82.9%) and endometrioid (12 cases ­ 5.3%) types, with 72 associated intraepithelial lesions (31.5%). The mean age of patients was 53.2 years, 93 patients were asymptomatic (40.6%), and 139 were multiparas (60.6%). The PCR technique allowed the detection of HPV in 182 (79.48%) of the 229 cases of adenocarcinoma, HPV 18 being the prevailing type (51.09%). Conclusion: A concerning increase in the prevalence of endocervical adenocarcinoma is suggested, as well as its likely connection with the HPV. The mucinous subtype was confirmed as the most prevalent one among the group of adenocarcinomas, being a neoplasia that often affects asymptomatic, multiparous patients with mean age of 50 years (AU)