Estudo da atividade proliferativa epitelial e do infiltrado eosinófilico na cérvice uterina normal e neoplásica

RESUMO

No Brasil o câncer do colo uterino ocupa o segundo lugar entre as neoplasias malignas. Este fato nos motivou a realizar uma investigação da atividade proliferativa do epitélio escamoso normal e neoplásico da cérvice uterina e avaliar, quantitativamente, a presença de eosinófilos e mastócitos no infiltrado inflamatório da cérvice uterina em pacientes com Neoplasia intra-epitelial cervical e carcinoma de células escamosas, nas áreas não tumorais e tumorais. Foram avaliados 30 casos procedentes de peças cirúrgicas, sendo 11 com neoplasia intra-epitelial cervical (grupo A), 11 com carcinoma de células escamosas (grupo B) e 8 de colos uterinos de histerectomias, sem apresentar neoplasias. A faixa etária variou de 25 a 40 anos. Em lâminas coradas pela hematoxilina e eosina reavaliou-se o diagnóstico e avaliou-se a presença de eosinófilos e mastócitos, nas áreas não tumorais e tumorais. A técnica da imuno-histoquímica com o anticorpo anti-PCNA foi utilizada para a avaliação da atividade proliferativa. No grupo A, todas as 11 lâminas exibiam pelo menos uma área de Neoplasia intra-epitelial cervical grau 111. A imunomarcação para o PCNA, avaliada pelo comprometimento em espessura do epitélio, correspondeu ao grau da neoplasia intra-epitelial cervical em 100% dos casos. No grupo B, cinco eram micro-invasor e a imuno-marcação para o peNA foi difusa. A presença dos eosin6filos foi registrada em todos as áreas de carcinoma invasor, em quatro áreas de CIN e em três áreas não neoplásicas próximas ao carcinoma invasor. No grupo controle e restante das áreas não tumorais, notou-se ausência dos eosinófilos ou presença inconspícua, sugerindo uma relação com a resposta imune local. Os mast6citos estiveram presentes em quase todos os nossos casos, variando em quantidade, desde o grupo controle ao carcinoma invasor, sugerindo não ser um aspecto relevante para o diagnóstico diferencial.

ABSTRACT

In Brazil, the uterine cervical cancer has taken the second place in the ranking of the malignant neoplasia. This fact led us to search the proliferating activity of the normal and neoplastic squamous epithelium of the uterine cervix, and also we proceed to estimate quantitatively the eosinophyls and mastcells presence in the inflammatory infiltrated of uterine cervix in patients with cervical intro-epithelial neoplasia and squamous cells carcinoma, in tumoral and non-tumoral areas . Thirty slides' incisions were evaluated, coming from surgical parts 11 with cervical intra-epithelial neoplasia (group A), 11 with squosmous cells carcinoma (group B), and 8 from uterine cervices of hysterectomies, which didn't show up any neoplasias. The age band differed from 25 through 40 years old. In slides colored by H-E and eosin the diagnostic was again evaluated, and also the presence of eosinophyls and mastceJls was estimated, in both non-tumoral and tumoral areas. The immuno-hystochemical technique was used to evaluate the proliferating activity. In the group A all 11 slides shown at least one area of cervical intro-epithelial neoplasia degree III. The immunoreaction for the peNA, estimated because the engaged epithelial thickness, corresponded to the cervical intro-epithelial neoplasia degree in 100% of cases. In group B, 5 were micro-invaders and the inmunoreaction for the PCNA was diffuse. The eosinophyls presence was detected in all areas of invader carcinoma, in four CIN-areas, and in three non-neoplasic areas near the Invader carcinoma. In the control group and in the non-tumoral areas the eosinophyls shown absent or oustandingless presence, suggesting a relation with the local immunely reponse. The mastcells existed in almost all of our cases, in changing quantities from the control group up the invader carcinoma, seeming not to be a differential aspect.