Recusa da vacinação em área urbana do norte de Portugal / Vaccine refusal in an urban area of northern Portugal
Sci. med. (Porto Alegre, Online)
; 28(4): ID32152, out-dez 2018.
Article
in Pt
| LILACS
| ID: biblio-981128
Responsible library:
BR1323.1
RESUMO
OBJETIVOS:
Conhecer o número de recusas vacinais e investigar os motivos de não adesão à vacinação pelos pais de crianças e adolescentes residentes numa área urbana do norte de Portugal.MÉTODOS:
Estudo transversal com amostra obtida dos registros de crianças/adolescentes até os 14 anos, inscritos em unidades de saúde de uma área metropolitana da cidade do Porto, Portugal, pertencentes aos agrupamentos de centros de saúde Porto Ocidental, Porto Oriental, Gaia, Gondomar e Matosinhos, cujos pais recusaram alguma vacina do Programa Nacional de Vacinação, no período de janeiro de 2009 a dezembro de 2015. A caraterização da amostra e os motivos de recusa vacinal foram estudados através da aplicação de um questionário aos pais.RESULTADOS:
Foram identificados 150 casos de crianças/adolescentes aos quais os pais recusaram alguma vacina, numa população global de 103.406 crianças, resultando em uma taxa de recusa vacinal de 0,14%. A maior taxa ocorreu no agrupamento de centros de saúde Porto Ocidental 0,31%. Entre os 150 casos, 86 pais aceitaram responder ao questionário, correspondendo a uma taxa de adesão de 64%. A mediana da idade das crianças/adolescentes cujos pais recusaram a vacinação foi de sete anos, sendo a maioria saudável e sem problemas perinatais. Todos os pais eram adultos, a maioria casados e do gênero feminino. A maioria tinha curso superior e encontrava-se em atividade profissional. O agrupamento de centros de saúde do Porto Ocidental foi aquele onde os pais que recusaram vacinas eram majoritariamente do sexo masculino, tinham nível acadêmico mais alto e eram mais ativos profissionalmente. A vacina com maior taxa de recusa foi a BCG, seguida da anti-papilomavírus humano e da vacina contra sarampo, caxumba e rubéola. Os quatro principiais motivos de recusa vacinal referidos pelos pais foram "as vacinas não são uma prioridade", "as vacinas são pouco seguras", "indicação do médico assistente" e "receio de efeitos colaterais". O motivo "indicação do médico assistente" referiu-se, em todos os casos, à vacina BCG.CONCLUSÕES:
Nesta população foi pequena a taxa de recusa vacinal; no entanto, com base nos resultados obtidos, podem ser dirigidos esforços de intervenção junto às famílias, visando combater os argumentos sem base científica e obter uma adesão inequívoca ao Programa Nacional de Vacinação em Portugal.ABSTRACT
AIMS:
To know the number of vaccine refusals and to investigate the reasons for non-compliance with vaccination by the parents of children and adolescents living in an urban area of northern Portugal.METHODS:
A cross-sectional study was carried out with a sample of children/adolescents up to the age of 14 enrolled in health units in a metropolitan area of Porto, Portugal, belonging to the health centers groupings of Porto Ocidental, Porto Oriental, Gaia, Gondomar and Matosinhos, whose parents refused any vaccination of the National Vaccination Program in the period from January 2009 to December 2015. We studied the characterization of the sample and the reasons for vaccine rejection through the application of a questionnaire to parents.RESULTS:
We identified 150 cases of children/adolescents to whom the parents refused any vaccine, in a global population of 103,406 children, resulting in a vaccine refusal rate of 0.14%. The highest rate occurred in the Porto Ocidental health centers grouping 0.31%. Among the 150 cases, 86 parents accepted to respond to the questionnaire, corresponding to an adhesion rate of 64%. The median age of children/adolescents whose parents refused vaccination was seven years; most of them were healthy and had no perinatal problems. All parents were adults, mostly married and female. Most parents had a college degree and were professionally active. The Porto Oriental health centers grouping was the one where the parents who refused vaccines were mostly males, had a higher academic level and were more professionally active. The vaccine with the highest refusal rate was BCG, followed by anti-human papillomavirus and measles, mumps and rubella vaccine. The four main reasons for vaccination refusal by the parents were "vaccines are not a priority", "vaccines are not safe", "indication of the attending physician" and "fear of side effects." The reason for the "indication of the attending physician" was in all cases referred to the BCG vaccine.CONCLUSIONS:
In this population the vaccination refusal rate was low; however, based on the results obtained, intervention efforts can be directed towards the families, aiming at combating the arguments without scientific basis and obtaining an unequivocal adhesion to the National Vaccination Program in Portugal.Key words
Full text:
1
Index:
LILACS
Main subject:
Vaccination
Type of study:
Observational_studies
/
Prevalence_studies
Language:
Pt
Journal:
Sci. med. (Porto Alegre, Online)
Journal subject:
Medicina
Year:
2018
Type:
Article