Contribuiçäo ao estudo das intoxicaçöes na regiäo de Campinas / Contribution in study of the intoxications in Campinas region

RESUMO

No Brasil, os Centros foram introduzidos em 1963, funcionando inicialmente junto ao Pronto Socorro de Pediatria do Hospital das Clínicas da USP. Hoje, existem quase 30 unidades espalhadas pelo Brasil. A regiäo de Campinas, importante polo de desenvolvimento no Estado de Säo Paulo, conta com o CCI-UNICAMP funcionando desde 1983, atendendo a uma populaçäo de 6 milhöes de habitantes, distribuídos por 83 municípios. Foram estudados 14.706 atendimentos, realizados pelo CCI-UNICAMP, de outubro de 1983 a dezembro de 1989. Inicialmente, foram excluídos da casuística os atendimentos realizados no período de 1983 a 1985. Esta etapa foi dedicada ao treinamento do pessoal envolvido e a padronizaçäo dos critérios de imputabilidade dos efeitos observados, após uma exposiçäo ou envenenamento. Pela observaçäo dos atendimentos de 1986 a 1989, constatou-se uma distribuiçäo semelhante, ano a ano, segundo o agente, sexo, grupo etário e circunstância de ocorrência da intoxicaçäo. A distribuiçäo, mês a mês, também mostrou-se igual nos 4 anos. Foi escolhido, entäo o ano de 1989, para ser melhor detalhado. Foram comparados os atendimentos do Pronto Socorro do HC-UNICAMP, considerando-se a populaçäo da sub-regiäo de Governo, da regiäo de Campinas. A maioria das intoxicaçöes ocorreu nas residências urbanas. Os acidentes foram a principal circunstância determinante, mas chamou a atençäo o número de tentativas de suicídio. A via oral foi a principal porta de entrada dos venenos no organismo, além de um grande número de picadas observadas. O principal agente determinante das intoxicaçöes foram os animais (28.3%). A seguir, aparecem os medicamentos (25.3%), produtos químicos (16.8%), pesticidas (14.3%), metais (9.6%), plantas (3.7%), drogas de abuso (1.0%) e os agentes indeterminados (1.1%). Concluiu-se, considerando as proporçöes de cada agente, que os Centros de Intoxicaçöes podem desempenhar um importante papel no ensino e pesquisa da Toxicologia. Existe a necessidade de se formar médicos, farmacêuticos, enfermeiros e demais profissionais que atuem na área da saúde, com conhecimentos básicos de toxicologia