O valor da reabilitaçäo no tratamento de pacientes portadores de doença de Legg-Calvé-Perthes submetidos à osteotomia de Salter modificada / The value of rehabilitation in treatment of patients with Legg-Calvé-Perthes disease submitted to modified Salter osteotomy

RESUMO

No período compreendido entre janeiro de 1987 e agosto de 1990, 28 pacientes portadores de DLCP foram tratados cirurgicamente pela osteotomia de Salter modificada e acompanhadas no Setor de Fisiatria do Departamento de Ortopedia e Traumatologia da Escola Paulista de Medicina, no sentido de se verificar a influência de um tratamento fisiátrico reabilitacional sobre os resultados clínicos finais. Os pacientes foram avaliados clinicamente de modo padronizado em relaçäo aos dados mensuráveis, que chamamos de grau de disfunçäo articular (goniometria, força muscular e discrepância de membros), e àqueles observáveis (postura e marcha), denominados por nós grau de alteraçäo de postura e marcha em três ocasiöes pré-operatório, pós-operatório e avaliaçäo final. No pré-operatório foram feitos exames radiológico e artrográfico, objetivando a determinaçäo da fase da doença e do grau de comprometimento da cabeça do fêmur. Pôde-se observar uma média de idade de 6,9 anos, variando de 3 a 10 anos, com predomínio do sexo masculino (75%). No pós-operatório, todos os pacientes foram encaminhados para tratamento de reabilitaçäo. Nessa ocasiäo, de modo espontâneo, foram estabelecidos dois grupos de pacientes os que fizeram reabilitaçäo (grupoI) e os que näo fizeram (grupo II). Na análise dos resultados, pôde-se notar que, clinicamente, todas as crianças estavam piores do ponto de vista cinético postural na avaliaçäo pós-operatória em relaçäo à avaliaçäo inicial, e que elas melhoraram por ocasiäo da avaliaçäo final, especialmente as do grupo I, que fizeram tratamento reabilitacional. O tratamento reabilitacional foi positivo nos pacientes considerados inicialmente graves e moderados, tanto para o grau de disfunçäo articular como para o grau de alteraçäo de postura e marcha. A ausência desse tratamento influenciou negativamente mesmo os pacientes iniciais leves, especialmente quanto ao grau de alteraçäo de postura e marcha, que notamos ser a disfunçäo mais persistente. Além disso, o tratamento reabilitacional favoreceu especialmente as crianças novas, notadamente as do sexo masculino