O modelo murino da miocardiopatia crônica chagásica / The murine of chagas chronic cardiomiopathy

RESUMO

Camundongos isogênicos das linhagens AKR e A/J e camundongos suiços näo isogênicos, cronicamente infectados com cepas do Trypanosoma cruzi de três diferentes Tipos, desenvolveram uma miocardite crônica difusa e focal com fibrose intersticial. Estas lesöes ocorreram em graus variáveis de caso para caso, representando o espéctro de lateraçöes observadas na doença de Chagas humana. Os camundongos cronicamente infectados apresentaram alta incidência de alteraçöes eletrocardiográficas predominando os distúrbios da conduçäo intraventricular, os bloqueios AV de 1§ e 2§ graus e distúrbios do rítmo cardíaco, semelhantes às observadas na cardiopatia chagásica humana. Ao lado disto, os animais apresentaram reaçöes sorológicas específicas consistentemente positivas, pelo teste de imunofluorescência indireta e de hemaglutinaçäo indireta. Estes achados indicam vários pontos de correlaçäo entre a doença de Chagas humana e a cardiopatia que se desenvolve no modelo murino da infecçäo crônica pelo Trypanosoma cruzi. Foi observada uma nítida influência da cepa do Trypanosoma cruzi na determinaçäo das lesöes da fase crônica tendo sido mais elevada a incidência de lesöes inflamatórias, ao mesmo tempo focais e difusas, em aurículas, nos camundongos isogênicos infectados com diversas cepas do Tipo III (Colombiana, PMN e as cepas de Montlvania). A influência da cepa na intensidade das lesöes inflamatórias e fibróticas do miocárdio foi comprovada pela análise estatística (teste do X²) que demonstrou lesöes significantemente mais intensas nos camundongos infectados com a cepa Colombiana. Por outro lado näo foi encontrada relaçäo significante entre a intensidade das lesöes e a duraçäo da infecçäo ou o nível dos inóculos através a análise estatística pelo coeficiente de Kruskal e goodman...