Tratamento artroscópico das fraturas osteocondrais do talo / Arthroscopic treatment of osteochondral lesions of the talus

RESUMO

Os autores apresentam revisäo retrospectivo de 18 pacientes portadores de fratura osteocondral do talo registrados na Universidade Federal de Säo Paulo. Noventa e quatro por cento dos pacientes tinham história de entorse grave de tornozelo e 88,9 por cento apresentavam sintomatologia crônica antes de se estabelecer o diagnóstico definitivo. As fraturas foram classificadas segundo o critério de Berndt-Harty em três fraturas do tipo I (16,7 por cento), três do tipo II (16,7 por cento), 11 do tipo III (61,1 por cento) e uma do tipo IV (5,5 por cento). O tratamento de escolha para as fraturas do tipo I foi o conservador, com supressäo da descarga do peso corporal. Para os demais, foi sugerido tratamento cirúrgico, por via artroscópica (ressecçäo dos fragmentos, curetagem e perfuraçäo do leito da fratura), mas apenas 12 pacientes receberam essa forma de tratamento. Em duas oportunidades, foi necessária a realizaçäo de artrotomia transmaleolar medial para encontrar e tratar a lesäo. Um paciente recusou-se a receber qualquer forma de tratamento. Após tempo médio de seguimento de dois anos e dez meses (mínimo de três meses e máximo de oito anos), obtivemos oito resultados excelentes (44,4 por cento), oito bons resultados (44,4 por cento), um regular (5,6 por cento) e um mau (5,6 por cento). O mau resultado refere-se ao paciente que näo se submeteu a nenhum tratamento. Considerando os pacientes submetidos ao tratamento artroscópico, obtivemos 50,0 por cento (seis pacientes) de resultados excelentes e 50,0 por cento (seis pacientes) de resultados bons. Isso indica que o tratamento artroscópico é a melhor escolha para a abordagem da fratura osteocondral do talo, por ser mais rápido, de baixa borbidade, com pequeno número de complicaçöes e fornecer bons resultados: