Doença de Chagas: estudo da mortalidade no município de Pains (MG) / Chagas'disease:a study of the mortality rete in Pains county, Minas Gerais, Brasil

RESUMO

Analisou-se o registro dos óbitos de Pains num períodode 15 anos (1961-75) e estabeleceu-se como àrea controle (naÆ endêmica para Doença de Chagas) o Município de Cordeiro, no Estado do Rio de Janeiro, com as mesmas características da àrea endêmica. Inicialmente fez-se um inquérito, tomando-se uma amostra sistemática de conglomerados de aproximadamente 25//da populaçaÆ residente na sede do Município de Pains, no oeste do Estado de Minas Gerais, na qual determinou-se a prevalência da infecçaÆ chagásicá, por meio da reaçaÆ de imunofluorescência indireta para anticorpos contra o T. cruzi. A positividade da reaçÆ de imunofluorêscencia na àrea endêmica foi nula nos menores de 15 anos, aumentando progressivamente nos grupos de idade superior até atingir o máximo de 36,48//no grupo de 40 a 59 anos de idade, decrescendo nos maiores de 60 anos. A positividade média global dessa reaçaÆ foi de 9,47//na àrea controle. A taxa bruta de mortalidade no período 1961-75 foi de 9,6 óbitos por mil habitantes na àrea endêmica e de 7,6 na àrea naÆ endêmica. A causa de morte mais frequente em ambos os munícipios foi a de doenças cardíacas. Em Cordeiro a taxa de mortalidade por cardiopatia foi de 1,4 óbitos por mil habitantes, enquanto que em Pains essa taxa foi de 1,6 óbitos, atribuindo-se 0,55//desses à Doença de Chagas. O excesso de risco de morte por cardiopatia em geral foi de 19,8 óbitos por 100 mil habitantes na àrea endêmica em relaçaÆ à àrea endêmica em relaçaÆ à àrea naÆ endêmica. A mortalidade pela Doença de Chagas na àrea endêmica aumentou progressivamente com a idade, concentrando-se no grupo de 30 a 59 anos, com 62//dos óbitos por esta causa, ultrapassando entaÆ a mortalidade pelas demais cardiopatias, reduzindo-se posteriormente nos maiores de 60 anos. O estudo do risco competitivo das causas de morte demonstra que a Doença de Chagas é um importante fator de reduçaÆ na esperança de vida dos indivíduos residentes nas àreas endêmicas, principalmente nos grupos etários de maior potencialidade