Chondroprotection and the role of non steroidal anti-inflammatory drugs (NSAID) / O papel dos antiinflamatórios näo hormonais (AINHs) na condroproteçäo: um estudo do metabolismo da cartilagem humana

RESUMO

O termo condroproteçäo foi originalmente cunhado para descrever os possíveis efeitos da inibiçäo do processo catabólico imaginado responsável pela lesäo da matriz da cartilagem articular artrítica. Apesar de diversas evidências laboratoriais de possíveis inibidores da degradaçäo proteolítica do glicosaminoglicano da cartilagem (GAG) e colágeno, nunca houve validaçäo desses resultados em ensaios in vivo, possivelmente devido à complexidade dos mecanismos enzimáticos responsáveis pela degeneraçäo tecidual. Assim, o conceito condroproteçäo começou a ser encarado como uma meta inatingível. Estudos recentes, que têm demonstrado a importância da atividade sintética da cartilagem humana no prolongamento de sua integridade estrutural durante processos patológicos, têm levado a uma reavaliaçäo da possibilidade de condroproteçäo. É possível que alguns antiinflamatórios näo hormonais (AINHs) sejam capazes de diminuir a açäo da IL-1 na síntese da matriz, permitindo assim o reparo desta, enquanto outros possam diminuir de forma importante o metabolismo dos condrócitos. Os AINHs têm sido divididos em três categorias grupo I, exemplificado pelo aceclofenaco, säo capazes de causar estímulo, auxiliados pela presença de outros fatores; grupo II, exemplificados pelo diclofenaco, em doses moderadas näo apresentam efeitos relevantes sobre o metabolismo da cartilagem, embora em doses maiores possam ser inibitórios; e o grupo III é exemplificado pela indometacina, que é altamente inibitória em termos de atividade sintética da matriz e provavelmente diminui o processo reparativo normal. Concluímos que é desejável que os clínicos considerem as possíveis propriedades protetoras ou destrutivas dos diversos AINHs ao decidir por seu uso em terapêutica prolongada