ELISA/IgG em estudos epidemiológicos da esquistossomose mansônica em área de baixa endemicidade: comparaçäo com a RIF-IgM e o KATO-KATZ / ELISA/IgG in epidemiological studies of Schistosomiasis mansoni in low endemicity area: comparison between RIF-IgM and KATO-KATZ

RESUMO

Aproximadamente 650 escolares, provenientes de uma área de baixa endemicidade do Município de Itariri (Säo Paulo, Brasil), foram acompanhados sorologicamente, através da RIF-IgM, e parasitologicamente, pelo método de Kato-Katz, por um período de 2 anos (1991-1993) com intervalo de 6 meses entre cada coleta, totalizando 5 inquéritos; 1180 amostras de sangue coletadas em papel-filtro (cerca de 35 por cento de cada inquérito) foram simultaneamente submetidas ao ELISA-IgG e à RIF-IgM. Os resultados do ELISA-IgG foram comparados aos da RIF-IgM e aos do Kato-Katz. Os índices de positividade obtidos pelos dois métodos sorológicos nos cinco inquéritos foram significantemente mais elevados do que os obtidos pelo Kato-Katz. A positividade pelo ELISA-IgG foi menor do que pela RIF-IgM e os valores do coeficiente Kappa de 0,617 a 0,711, obtidos na comparaçäo entre os dois testes sorológicos, indicaram grau de concordância classificado como substancial. Esta diferença pode ser explicada pela origem dos antígenos empregados: na RIF-IgM säo detectados anticorpos contra antígenos presentes no tubo digestivo de verme adulto, de origem polissacarídica, ao passo que no ELISA-IgG säo detectados antígenos do tecido parenquimatoso do verme, de origem protéica. A boa concordância de resultados entre a RIF-IgM realizada logo após a coleta do sangue em cada inquérito, e a realizada após diferentes períodos (3 a 4 anos) de armazenamento das amostras de sangue em papel-filtro indica ser este processo de sangue prático e útil para fins epidemiológicos. Os resultados obtidos pelo ELISA-IgG no presente estudo demonstraram que o teste pode representar um instrumento útil para ser usado em programas de vigilância e controle da esquistossomose