Plástica da valva mitral em portadores de febre reumática / Mitral valve repair in rheumatic patients

RESUMO

Objetivo: Analisar os resultados tardios da plástica da valva mitral em pacientes reumáticos. Casuística e Métodos: Durante o período de março de 1980 a dezembro de 1997, 201 pacientes portadores de insuficiência mitral secundária a febre reumática foram submetidos à plástica da valva mitral, no Instituto do Coraçao do HCFMUSP. A idade média foi de 26,9 + 15,4 anos e 59,7 por cento dos pacientes eram do sexo feminino. Outros diagnósticos estavam presentes em 67,7 por cento dos pacientes, sendo o mais freqüente a insuficiência tricúspide (31,3 por cento). As técnicas de plástica da valva mitral foram: anel de Carpentier em 75 (37,3 por cento), anuloplastia com tira posterior de pericárdio bovino em 68 (33,8 por cento), anuloplastia posterior segmentar em 16 (7,9 por cento), ressecçao quadrangular da cúspide posterior com plicatura do anel correspondente em 11 (5,5 por cento), ressecçao de segmento da cúspide anterior em 6 (3 por cento), anuloplastia tipo De Vega em 6 (3 por cento), Kay em 5 (2,5 por cento), Reed em 4 (2 por cento) e outras em 10 pacientes. Técnicas associadas de plástica foram empregadas em 94 (46,8 por cento) pacientes, sendo a mais freqüente o encurtamento de cordas (48 pacientes - 23,9 por cento). Cirurgias associadas foram realizadas em 113 pacientes (56,2 por cento). As curvas actuariais de Kaplan-Meier foram comparadas através de análise de regressao linear. Resultados: A mortalidade hospitalar foi de 4 (2,0 por cento) pacientes, e as causas de mortalidade foram a falência de múltiplos órgaos em 2 (50 por cento) pacientes e o baixo débito cardíaco em 2 (50 por cento). No pós-operatório tardio, 83,9 por cento dos pacientes se encontravam em classe funcional I (NYHA). A sobrevida actuarial foi de 93,9 + 1,9 por cento em 125 meses. Vinte e três pacientes foram reoperados no pós-operatório tardio, com um intervalo médio de 35,7 meses. A sobrevida livre de reoperaçao foi 43,3 + 13,7 por cento em 125 meses. Analisando-se separadamente os pacientes segundo a faixa etária, no grupo menor de 16 anos (Grupo 1) a sobrevida actuarial foi de 91,3 + 3,8 por cento, contra uma sobrevida de 95,6 + 2,7 por cento no grupo maior de 16 anos (Grupo 2), com uma diferença estatisticamente significativa (p<0,0001). Com relaçao à sobrevida livre de reoperaçao, também houve diferença significativa (p<0,0001), sendo 50,8 + 16,9 por cento para o Grupo 1 e 47,0 + 14,9 por cento para o Grupo 2...