Aspectos epidemiológicos da bursite cervical bovina: estudo com animais abatidos em frigorífico da regiäo sudeste do Brasil, sob inspeçäo federal / Epidemiological aspects of bovine supraspinous bursitis

RESUMO

As bursites cervicais dos bovinos, na rotina dos matadouros, säo observadas somente no exame post-mortem. A bursite constitui fator de risco para as carcaças, manipuladores, equipamento e instalaçöes, quando rompidas, acidentalmente, pelas facas ou pela serra. Considerando a importância do tema, relizou-se um estudo epidemiológico transversal em matadouro de Uberlândia, Minas Gerais (MG), Brasil, com inspeçäo federal, durante o período de agosto/93 a julho/94. Determinou-se a prevalência da bursite (intervalo de confiança de 95 por cento) e descreveram-se principais características das lesöes. Utilizaram-se os testes de c2 (qui quadrado) e de Fisher na análise estatística dos resultados (p = 0,05 por cento). A prevalência de bursite durante o período abrangido pelo estudo foi de 0,14 por cento (40 casos/28.677 bovinos). Os maiores níveis de prevalência foram observados entre a metade do inverno e o final do veräo (agosto/93 até fevereiro/94) (p<0,05). Näo se registrou diferença estatística (p = 0,13) entre as prevalências de bursite dos animais procedentes de Goiás (GO), 0,28 por cento e de MG, 0,13 por cento. Bom Jesus, GO (0,59 por cento) e Prata, MG (0,49 por cento) foram as localidades com maior prevalência. Os bovinos procedentes destes municípios e de Ituiutaba e Gurinhatä, ambos em MG, mostraram maior risco de apresentar bursite cervical por ocasiäo do abate (P<0,05). A prevalência de casos foi maior nas fêmeas, 0,20 por cento, do que nos machos, 0,07 por cento (P=0,006). As características morfológicas encontradas com maior freqüência nas bursites foram: vascularizaçäo intensa (56,7 por cento), presença de nódulos (53,3 por cento), parede espessa (43,3 por cento) e presença de pus (36,7 por cento).