Aspectos Genéticos do Alcoolismo / Genetic aspects of alcoholism

RESUMO

O termo alcoolismo refere-se aos sintomas que se desenvolvem a partir do consumo inadequado de álcool. Por ser o álcool a principal droga psicoativa utilizada no mundo, é de se esperar que o desenvolvimento da doença dependa da interaçäo entre fatores neurobiológicos e psicossociais. Diversos estudos têm mostrado que o alcoolismo é mais frequente nas famílias de alcoolitas do que na populaçäo em geral. Entretanto, além das influências genéticas, os fatores ambientais também säo responsáveis pela agregaçäo familiar observada, caracterizando, assim, uma herança multifatorial. A subdivisäo do alcoolismo nos tipos 1 e 2 tem permitido uma melhor compreensäo da doença do ponto de vista etiopatogênico e uma melhor abordagem da mesma. Apesar das diferenças metodológicas, a grande maioria dos estudos familiares sugere que os fatores säo muito importantes na determinaçäo do alcoolismo. Já foram identificados os seguintes fatores predisponentes ao alcoolismo o alelo A1 do gene do receptor de dopammina DRD2, a reduçäo da atividade da MAO-B plaquetária, e a reduçäo da amplitude da onda P300 nos ERPs. Também evidenciou-se que uma anomalia da enzima transcetolase predispöe à Síndrome de Wernicke-Korsakoff. Além disto, foram identificados fatores protetores à doença, como a presença dos alelos ADH2*2 e ALDH2*2 dos genes das enzimas álcool desidrogenase, rspectivamente. Apesar da identificaçäo desses fatores associados ao alcoolismo, pouco ainda se sabe sobre o modo pelo qual eles interagem entre si e, portanto, muitos estudos ainda seräo necessários para um melhor esclarecimento do assunto