Enterotoxigenicidade de Staphylococcus aureus, isolados de vacas com mastite / Enterotoxicity of Staphylococcus aureus isolated from mastitic cows

RESUMO

A prevalência da mastite subclínica foi de 48 por cento, através da reação leucocitária pela prova do "California Mastitis Test" (CMT) em 2.317 vacas em lactação de 86 produtores de uma bacia leiteira no Estado do Rio de Janeiro. Do total de 2,725 lactoculturas, provenientes de 692 vacas, 1.026 (37,65 por cento) apresentaram CMT positivos e 546 (53,22 por cento) foram exame bacteriológico positivo. O Staphylococcus aureus foi o agente mais encontrado, sendo isolado de 229 (41,94 por cento) amostras de leite em todos os rebanhos trabalhados. A possibilidade de contaminação de produtos de origem láctea, por S. aureus e sua enterotoxina induziu a pesquisa da mesma em algumas amostras desse agente. As cepas de S. aureus isoladas de tetas com forte reação leucocitária, evidenciada através do CMT, foram semeadas em caldo cérebro coração com glicerina em partes iguais e mantidas no "freezer" a menos de 16ºC. A termonuclease foi determinada pelo método de Lachica et al. (1971). A pesquisa de enterotoxina dos tipos A, B, C, D e E foi feita pela técnica utilizada por Robbins et al. (1974) no Instituto de Microbiologia da UFRJ. Em 93 cepas de S. aureus analisadas apenas uma produziu enterotoxina do biotipo A, considerada a de maior ocorrência nas intoxicações alimentares, sendo encontrada em 75 por cento dos surtos. Em oito cepas não foi detectada a presença de nucleina termoestável. Mesmo tendo sido baixo o número de cepas enterotoxigênicas, acredita-se que sejam necessários cuidados com o rebanho leiteiro, evitando-se misturar o leite de fêmeas infectadas aos de animais sadios. Tal procedimento constitui uma ameaça à saúde humana, uma vez que o S. aureus é evidenciado em índice elevado na maioria dos rebanhos.