A saga de Antígona / Antigone's saga
Rev. bras. psicanál
;
36(1): 127-144, 2002.
Article
in Portuguese
| LILACS
| ID: lil-349258
RESUMO
O autor examina as prováveis motivações inconscientes da personagem mítica Antígona na escolha da própria morte, usando como referência dois textos de Sófocles, Antígona e Édipo em Colono. A heroína, condenada por um decreto do tirano Creonte ao confinamento a uma caverna onde morreria por asfixia, antecipa a própria morte suicidando-se por enforcamento. Para a compreensão da personagem, acha necessário entendimento da atmosfera que envolvia as representações dramáticas, das funções do drama como decorrência da constituição política da pólis, da matriz social da qual emerge, das normas da ideologia funerária na Atenas do século V a.C. Considerando que o paradigma da morte feminina na tragédia grega era o sacrifício das virgens e o suicídio das esposas, o autor entende os eventos anteriores ao suicídio e o próprio ato suicida de Antígona como um conjunto de ações que permitem a ela engendrar uma morte fora das normas. Por meio uso de uma "zona tanática" diferente da que lhe caberia como virgem, a nuca (aukhén) em vez da garganta (dére), ela afirma sua progressão em direção a uma posição mais evoluída do desenvolvimento feminino, adquirindo fantasticamente o status peculiar das esposas. Ao violar a norma trágica segundo a qual as virgens não se matam, mas são mortas, assume a autoria do seu destino, incrimina Creonte como algoz de sua condenação, ao mesmo tempo em que atende à premência de seus desejos incestuosos, encontrando a feminilidade renegada e a maturidade sexual, post-mortem
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Index:
LILACS (Americas)
Main subject:
Psychoanalysis
/
Death
/
Mythology
Limits:
Humans
Language:
Portuguese
Journal:
Rev. bras. psicanál
Journal subject:
Psychiatry
Year:
2002
Type:
Article
Affiliation country:
Brazil
Institution/Affiliation country:
Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo/BR
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