Posturas terapêuticas na prática clínica / Therapeutic postures in clinical practice

RESUMO

Lança-se um olhar seletivo sobre a história da psicanálise, pinçando, por trás da técnica, quatro atitudes básicas do analista diante de seu cliente, denominadas de postura-espelho, postura-continente, postura-simbionte e postura-dialogal. Um exame mais apurado revela que estas posturas se manifestam em dois modos de comportamento o comportamento interpretativo e o comportamento co-vivencial. A postura-continente ocupa um lugar ímpar na história da psicanálise por seu intermédio, dá-se a transiçäo do comportamento interpretativo ao co-vivencial; pertence, pois, às duas espécies de comportamento, incluindo-se juntamente com as posturas simbionte e dialogal, no comportamento co-vivencial. O comportamento co-vivencial é revolucionário; modifica radicalmente a técnica analítica habitual, possibilitando ao psicanalista estar na relaçäo com o cliente de uma outra maneira, o que torna possível alcançar terapeuticamente um maior número de situaçöes clínicas. A grosso modo, e com todas as restriçöes cabíveis, atribui-se à postura-espelho uma preferência nas situaçöes neuróticas; a postura-continente fica referida às situaçöes borderlines; a simbionte às situaçöes psicóticas, e a dialogal ao trabalho com adolescentes