O analista em sua formação / The analysts and their education

RESUMO

O texto apresenta uma visão histórica das diferentes tentativas de estabelecer critérios adequados à formação de analistas, tendo como referência básica a produção teórico-prática de Sigmund Freud. A formalização dos critérios de formação de analistas tem como origem uma ampliação do campo psicanalítico que se segue à Primeira Grande Guerra. Destaca-se, assim, a ligação originária entre a extensão da psicanálise e os desafios daí decorrentes, isto é, questões que dizem respeito ao ensino e transmissão desse saber. Segue-se um panorama de mudanças institucionais ocorridas no movimento psicanalítico depois da Segunda Grande Guerra; tais mudanças assistem à implantação de diversos projetos voltados para o problema desde sempre presente à psicanálise: como estabelecer critérios necessários e suficientes à formação de analistas. O texto prossegue afirmando que têm sido reconhecidamente falhos e ineficazes os mais variados modelos, institucionais ou não, aplicados ao processo de formação de analistas. A indagação que se impõe, então, remete à impossibilidade de qualquer tipo de garantia a priori que responda à demanda de qualificação de analistas, ao mesmo tempo em que se reconhece de modo inequívoco que algum tipo de transmissão tem sido possível. A conclusão ressalta a contribuição de Jacques Lacan para o tema em pauta, especialmente no que se refere à importância da análise pessoal, num retorno ao que Freud preconizava