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Tendo que vencer o próprio preconceito: a mulher enfermeira cuidando da mulher que provoca aborto / Having to overcome own prejudice: nurses taking care of woman that provokes abortion
Rio de Janeiro; s.n; dez. 2000. [8],68,[1] p. ilus.
Thesis in Portuguese | LILACS | ID: lil-415041
RESUMO
O presente estudo teve como temática os significados atribuídos pelas mulheres enfermeiras que trabalham em maternidades às mulheres que provocam o aborto, e por conseqüência as maneiras pelas quais se estabelecem as relações de interação entre estas mulheres no processo de cuidar em enfermagem. Constituiu-se numa pesquisa descritiva, de abordagem qualitativa, que teve como base os pressupostos da Interação Simbólica e da Grounded Theory. Para obtenção dos dados foi utilizada a estratégia de entrevistas não estruturadas, gravadas em fita cassete, realizadas com enfermeiras atuantes numa maternidade da rede municipal, de referência para realização do aborto terapêutico, na Cidade do Rio de Janeiro. O interesse pelo estudo foi decorrente de anos de trabalho e de ampla experiência da autora no atendimento à clientela feminina, sendo que o tratamento desumano e agressivo oferecido às mulheres, nos casos de aborto provocado nas unidades da rede pública, foi o que despertou o interesse em realizar esta pesquisa. No cotidiano das interações entre mulheres que provocam aborto e enfermeiras que trabalham em maternidade, observou-se estarem fortemente presentes relações de gênero e de poder, determinantes de padrões comportamentais e sexuais rígidos para o sexo feminino na sociedade. Foram abordados dogmas religiosos que defendem a vida intra-uterina a qualquer preço e suas influências no cuidado prestado pelas enfermeiras às mulheres que provocam o aborto. Os resultados demonstraram que a mulher enfermeira vivencia um grande conflito ao cuidar da mulher que provoca aborto. Para estas, assistir as mulheres que provocam aborto é estar sempre "tendo que admitir a existência do próprio preconceito e a discriminação de todos os profissionais de Saúde, nesse tipo de atendimento", é ao mesmo tempo estar "tendo que vencer os próprios preconceitos". Ficou evidente ainda que, embora compreendam que esse comportamento é fruto de uma construção social que aprisiona o corpo feminino à reprodução, as enfermeiras não conseguem deixar de perceber esse ato como crime, e as mulheres que o praticam como criminosas, isto em conformidade com a concepção de ética que lhes é cobrada.
Subject(s)
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Index: LILACS (Americas) Main subject: Social Values / Abortion, Induced / Nurses / Obstetric Nursing Type of study: Qualitative research Limits: Female / Humans / Pregnancy Country/Region as subject: South America / Brazil Language: Portuguese Year: 2000 Type: Thesis

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