Análise comparativa entre a refração clínica subjetiva e a automatizada obtida por um sensor de frentes de onda / Comparative analyses between clinical refraction and automatic refraction obtained through a wave front sensor

RESUMO

Objetivo: Analisar e comparar os resultados da refração clínica subjetiva com a refração automatizada obtida por um sensor de frentes de onda. Métodos: Estudo prospectivo de 279 olhos de 147 pacientes que, por demanda espontânea, procuraram o serviço de cirurgia refrativa do Departamento de Oftalmologia da Universidade Federal de São Paulo, e que, para atender aos critérios de inclusão e exclusão neste estudo, submeteram-se a exames pré-operatórios para cirurgia refrativa. Todos os pacientes foram avaliados sob cicloplegia, obtida pela instilação de duas gotas do colírio de ciclopentolato 1 por cento em cada olho, em intervalos de dez minutos. Após a espera de, no mínimo, 40 minutos eram efetuadas as refrações clínicas subjetivas e a seguir as refratometrias automatizadas obtidas pelo sensor de frentes de onda LADARWave©. Os dados de astigmatismo resultantes das refratometrias foram decompostos em vetores de força e submetidos à análise polar tridimensional e estatística. Foram avaliados separadamente os dados de um olho e dos dois olhos de cada paciente. Resultados: A diferença média entre a refração estática clinica subjetiva e automatizada obtida por um sensor de frentes de onda foi de -0,19 DE combinado com -0,06 DC no eixo de 15° para os dados referentes a um olho, e -0,17 DE combinado com -0,05 DC no eixo de 3°, para os dados dos dois olhos de cada paciente. Esta diferença foi estatisticamente significante. Conclusão: A comparação entre a refração estática clínica subjetiva e a refração automática obtida pelo sensor de frentes de onda revelou que existe uma diferença numérica entre elas, tanto para um como para dois olhos de cada paciente, porém acreditamos que esta diferença, apesar de estatisticamente significante, não tenha valor clínico