Como ensinar a bioética / How to Teach Bioethics
Mundo saúde (Impr.)
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29(3): 438-443, jul.-set. 2005.
Article
in Portuguese
| LILACS
| ID: lil-421359
RESUMO
O ser humano não nasce nem humano e nem ético ou anti-ético; ele nasce aético, com a possibilidade de se humanizar. E é através desse processo de humanização que ele pode se tornar ético. O que caracteriza o humano é a cultura enquanto fenômeno simbólicos, sendo a bioética um fenômeno da cultura. Podemos dizer que a bioética emerge das relações psicossociais. Ser bioético quer dizer, lidar com os conflitos entre os instintos (sexuais), as pulsões (sexualidade) e a realidade, ou seja, lidar com os conflitos entre o ser natural e o ser cultural, integrando a sua biologia com a sua biografia, que é sempre única. Uma das principais funções da Universidade será a de permitir que seus alunos, professores e demais funcionários possam pensar as questões de bioética, e com esta finalidade estamos criando o Núcleo de Bioética da USP. Este núcleo tem o propósito de ampliar as discussões e o ensino de bioética com toda a comunidade uspiana. Por outro lado, frente as questões do ensino da bioética, a Faculdade de Medicina da USP deu início a uma série de encontros com os professores responsáveis de algumas disciplinas da graduação, que mesmo estando em outros departamentos da faculdade, estavam estritamente ligadas a uma formação humana dos estudantes, como as Disciplinas Bases Humanística da Medicina I e II, Psicologia Médica, Cidadania e Medicina, Bioética e Bioética Clínica. Esta discussão passa pela possibilidade de se ter um eixo, que seja um continuum trasnversal, na formação do médico e não apenas disciplinas pontuais nas quais o estudante tenha dificuldade em articulá-las. Existe também o projeto Tutores com esta mesma finalidade. Para finalizar gostaria de salientar que o conhecimento da anatomia humana não nos permitiu localizar qual é a parte do corpo onde se localiza nossa alma; do mesmo modo, acredito que não será o mapeamento do genoma que nos transformará em diabos ou desuse, pois estas questões humanas são muito complexas, difícieis de serem avaliadas pelo método científico. Entendo que não será função da bioética saber para onde caminha a humanidade, mas sim será função da bioética pensar, discutir e ensinar este caminho de uma forma mais humana, podendo-se assim decidir sobre nosso futuro.
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Index:
LILACS (Americas)
Main subject:
Bioethics
/
Education, Medical
Limits:
Humans
Language:
Portuguese
Journal:
Mundo saúde (Impr.)
Journal subject:
Medicine
/
Public Health
Year:
2005
Type:
Article
Affiliation country:
Brazil
Institution/Affiliation country:
Universidade de São Paulo/BR
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