The amazon bamboo rat Dactylomys dactylinus (Rodentia: Echimydae: Dactylomyinae) in the cerrado of central Brazil / O rato-de-bambu Dactylomys dactylinus (Rodentia: Echimyidae: Dactylomyinae) no cerrado do Brasil central

ABSTRACT

Until recently, the distribution of Dactylomys dactylinus was considered to be restricted to forest habitats from the western Amazon to the east of the Xingu River in Brazil. Individuals of D. dactylinus were rescued in January 1997 from the rising waters of the hydroelectric dam of Serra da Mesa, in Central Brazil. This record extends the southern limit of the distribution of D. dactylinus, and represents also the first occurrence of this species in the Cerrado biome. The specimens were collected in patches of gallery forest of the Tocantins River and its tributaries. The Tocantins is the main river of the Araguaia-Tocantins basin. Its headwaters are located in the Cerrado biome and it is a tributary of the delta of the Amazonas River. The presence of D. dactylinus, a characteristic Amazonian lowland forest species, in the core area of the Cerrado is an evidence of the role of forested environments as mesic corridors that have been contributing to the increase of mammalian diversity in this biome.

RESUMO

Até recentemente, a distribuição de Dactylomys dactylinus foi considerada restrita a hábitats florestais da Amazônia ocidental até o leste do rio Xingu no Brasil. Indivíduos de D. dactylinus foram resgatados em janeiro de 1997 durante o enchimento da represa hidroelétrica de Serra da Mesa, no Brasil central. Este registro estende o limite sul de distribuição de D. dactylinus e é também a primeira ocorrência da espécie no bioma Cerrado. Os espécimes foram coletados em manchas de mata de galeria do rio Tocantins e seus tributários. O Tocantins é o principal rio da bacia do Araguaia-Tocantins. Suas cabeceiras estão localizadas no domínio do Cerrado e é um afluente do delta do rio Amazonas. A presença de D. dactylinus, uma espécie típica da floresta amazônica, na área 'core' do Cerrado representa uma evidência do papel dos ambientes florestais como corredores mésicos que têm contribuído para o aumento da diversidade de mamíferos neste bioma.