Infecção natural de nematódeos parasitas em Achatina fulica Ferussac (Gigante Africano) (gastropoda: Pulmonata: Stylommatophora) relacionada com as condições sanitárias em vida livre e em criações comerciais no Estado de São Paulo / Natural infection of nematode parasites in Achatina fulica Ferussac (Giant African) (Gastropoda: Pulmonata: Stylommatophora) related with the sanitary conditions in wild life and in commercial breeding in São Paulo State

RESUMO

Achatina fulica, molusco terrestre exótico em vida livre, possível hospedeiro intermediário de Angiostrongylus spp, foi criado para alimentação humana e dispersou-se no Estado de São Paulo (ESP). O objetivo deste estudo foi averiguar a infecção natural de A. fulica, caracterização de L3 de metastrongilídeos parasitas correntes e relação com condições sanitárias dos moluscos de vida livre (VL) e criados (CR). Os lotes foram obtidos de 55 locais, 38 VL e 17 CR, dentro do ESP. Cada categoria (VL e CR) com lotes de cerca de 20 animais. Foram considerados os parâmetros Região geográfica, área (Urbana ou Rural), imóvel (privado, público, proteção ambiental e terrenos baldios) e condição sanitária do ponto de coleta (coabitação com lixo e/ou esgotos). A maioria de VL e CR vieram de região litorânea, área urbana, imóvel domiciliar e condições anitárias satisfatórias. Os lotes foram submetidos a abate e digestão péptica das vísceras. Os Achados (A) somaram 46 larvas de metastrongilídeos em 1 lote CR e 2 VL. Para caracterizar L3 encontradas montou-se um ciclo experimental de cepa padrão (CP) de A. costaricensis em Biomphalaria glabrata e hamster. Neste ciclo obteve-se L3 para comparação com A e Espécies de Interesse Médico Sanitário (EIMS) (literatura). Tomaram-se medidas morfométricas de A e CP ComprimentoTotal do Corpo (CTC), Comprimento do Esôfago (CE), Distância do Poro Excretor (DPE), Distância do Ânus à Cauda (DAC) e Largura do corpo (L). As medidas CTC e DAC foram as mais discriminantes entre A, CP e EIMS. Posteriormente, infectou-se experimentalmente 30 A. fulica com 550 L1 de CP recuperando-se 2 L3 (0,02%). Os dados obtidos demonstraram a utilidade da morfometria como auxiliar na identificação de metastrongilídeos em A. fulica. A infecção experimental sugere que A. fulica não é um vetor importante para A. costaricensis. Entretanto, pode ser importante na transmissão de outras espécies de metastrongilídeos de importância sanitária.