O processo civilizador: uma leitura da pulsão de morte como excessivo pulsional na compreensão freudiana da cultura / The civilizing process: reading the death instinct as instinctual excess in Freud’s understanding of culture

RESUMO

As articulações freudianas em torno da cultura ganharam uma nova perspectiva a partir do conceito de pulsão de morte desenvolvido em 1920. É, portanto, em torno da teoria das pulsões que propomos uma compreensão do modo como Freud articula as relações entre o homem e a civilização. Se, por um lado, Freud nos indica que a civilização pode ser entendida como excesso de regulação pulsional, por outro, parece nos apontar um excessivo das pulsões que não cessa de renovar sua exigência de satisfação. Seria, assim, na teia estabelecida entre o excesso pulsional e o excesso civilizador que poderíamos situar a leitura freudiana da cultura, e que pode ser apreendida, sobretudo, no texto de 1930 – “Mal-estar na civilização”