Tratamento das fraturas de côndilo mandibular / Treatment of condylar mandibular fractures

RESUMO

Objetivo: estudar retrospectivamente as fraturas de côndilo mandibular tratadas no setor de Cirurgia Buco-Maxilo-Facial da Disciplina de Cabeça e Pescoço da Santa Casa de São Paulo, quanto aos aspectos epidemiológicos e de tratamento. Pacientes e Método: no período de janeiro de 2000 a dezembro de 2004, foram tratados 938 pacientes com fraturas faciais, sendo que 326 pacientes apresentavam fratura de mandíbula e, destes, 47 pacientes apresentavam 58 fraturas do côndilo mandibular. Tratamento incruento através de bloqueio intermaxilar (BIM) e fisioterapia foram instituídos em 38 pacientes e o tratamento cruento e fixação interna rígida (FIR) foram usados em nove pacientes. Os parâmetros para a escolha do tipo de tratamento foram o grau de deslocamento do côndilo fraturado e a alteração oclusal causada pela fratura. O período de acompanhamento pós-operatório variou de seis meses a três anos. Os fatores avaliados foram etiologia, gênero, idade média, tipo de fratura, fraturas associadas e complicações pós-tratamento. Resultados: O principal agente etiológico foi acidente de trânsito, com 36,2%, sendo o gênero masculino o mais acometido, com 89,4%, com uma média de idade de 29,3 anos. O tipo de fratura com maior incidência foi a intra-capsular, com 63,8%. O tratamento incruento foi utilizado na maioria dos pacientes (80,9%) e as complicações mais relevantes foram reabsorção condilar e infecção, observadas somente nos pacientes tratados de forma cruenta. Conclusão: Os tratamentos incruento e cruento tiveram resultados satisfatórios, com menor índice de complicações no tratamento incruento.

ABSTRACT

Objective: to conduct a retrospective study of mandibular condyle fractures treated at the Maxillo Facial Surgery Sector of the Head and Neck Department at Santa Casa de Misericordia Hospital, São Paulo. Materials and Methods: from January, 2000 to December, 2004, 938 patients were treated for facial fractures. Three hundred and thirty six patients presented with fractures of the mandible and 47 of these patients presented with 58 fractures of the mandibular condyle. Closed reduction using intermaxillary fixation (IMF) and physiotherapy was applied in 38 patients and open reduction with rigid internal fixation (RIF) was used in 9 patients. The parameters used in choosing the type of treatment were the degree of fractured condyle dislocation and altered occlusion caused by the fracture. The postoperative follow-up period varied from six months to three years. The factors that were evaluated were etiology, gender, mean age, type of fracture, associated fractures and posttreatment complications. Results: the major etiological agent was traffic accidents (36.2%) that mainly affected men (89.4%). The mean age of the study population was 29.3 years and the incidence of intracapsular fractures was the highest (80.9%). Closed reduction was used in the majority of the patients (80.9%) and the most relevant complications were condyle and infection resorption, observed only in patients treated with open reduction. Conclusion: the results of the closed and open treatments were satisfactory, with the closed treatment demonstrating a lower rate of complications.