Estudo do consumo de plantas medicinais na Região Centro-Norte do Estado do Rio de Janeiro: aceitação pelos profissionais de saúde e modo de uso pela população / Study of the medicinal plants consumption in the Middle-North Region of the Rio de Janeiro State: acceptance by health professionals, way of use of the population

RESUMO

A utilização de plantas com objetivos medicinais é bastante difundida em todo o mundo. No Brasil, são raras as pesquisas que avaliem o grau de utilização das plantas como medicamentos e sua inserção na cultura popular. A análise de 1.320 formulários preenchidos pela população do interior do estado do Rio de Janeiro e por profissionais da área de saúde permitiu verificar que as plantas medicinais são as principais formas de tratamento para 63 por cento dos entrevistados, apesar da disponibilidade de medicamentos alopáticos. Foi observada a utilização de plantas como automedicação antes da consulta ao médico, concomitante com o medicamento alopático (55,9 por cento) e, em muitos casos, substituindo-o (52,4 por cento), sem o conhecimento do médico. A pesquisa mostrou ainda a falta de conhecimento dos profissionais da área de saúde sobre a cultura de utilização das plantas medicinais pela população, preferindo terapias alternativas que não fazem parte da cultura popular brasileira, como a acupuntura.

ABSTRACT

All over the world plants have been used for medicinal purposes. In Brazil, there is no statistical research showing cultural and popular aspects for using medicinal plants. Intoxication, interactions with last generation allopathic and loss of knowledge of using plants are critical aspects of self-medication. The results obtained from 1.320 questionnaires, filled up at Rio de Janeiro State and by health professionals allowed us to check that medicinal plants are the main health treatment (for 63.0 percent), in spite of the availability of allopathic. It is used before consulting a doctor and concomitant with allopathic (55.9 percent), sometimes replacing it (52.4 percent). The results of this research show a lack of information from health professionals to cultural utilization of medicinal plants by the population, preferring alternative therapies that are not part of the Brazilian popular culture, such as acupuncture.