Flexão anterior do tronco: quantificação das forças e dos momentos de força que agem na coluna lombar / Frontal flexion of the trunk: quantification of forces and force moments that act in the lumbar column

RESUMO

O objetivo deste estudo foi quantificar forças e momentos na coluna lombar de borracheiros, durante suas atividades ocupacionais e diferenciá-los de acordo com suas massas corporais. Dois homens foram avaliados sujeito 9 (46 anos; 95 kg; 1,59 m; 0,87 m da pelve ao chão; 10 anos de profissão) e sujeito 2 (18 anos; 61 kg; 1,57 m; 0,83 m da pelve ao chão; 3 anos de profissão). Ambos tiveram suas tarefas filmadas e avaliadas por meio do software Humanoid Articulation Reaction Simulation (HARSim). Foram selecionadas 11 posturas com flexão de tronco a 1) 90º + 700N de força; 2) 90º + 350N de força; 3) 45º + 700N de força; 4) 45º + 350N de força; 5) 20º + flexão dos joelhos; 6) 45º + flexão dos joelhos; 7) 45º; 8) 90º; 9) 90º + rotação 20º; 10) 90º + rotação 10º; 11) 0°; e calculados pressão intradiscal (PID), momento de flexão anterior (MFA), força de cisalhamento (Fcis) e força axial (Faxial). Em todas as posturas, o sujeito 9 apresentou maior Fcis (p = 0,023). Porém, a PID, o MFA, a Fcis e a Faxial foram, respectivamente, em média, 79,5% (8 posturas), 124% (7 posturas), 53,7% (6 posturas) e 43% (1 postura) acima dos limites estabelecidos pelo National Institute for Occupational Safety and Health (NIOSH), para o sujeito 9, e de 94,2% (4 posturas), 88,4% (5 posturas), 66,3% (3 posturas) e 21% (1 postura), para o sujeito 2. O aumento da flexão do tronco e da massa corporal, aliados à rotação, na presença de cargas externas, podem gerar forças e momentos que promovam lesões vertebrais.

ABSTRACT

The aim of this study was to quantify forces and moments in the lumbar column of tire repairmen during their occupational activities and evaluate the outcome measures according to their corporal mass. Two men were evaluated subject 9 (46 years; 95 kg; 1.59 m; 0.87 m from the pelvis to the floor; 10 years of working) and subject 2 (18 years; 61 kg; 1.57 m; 0.83 m from the pelvis to the floor; 3 years of working). They had their tasks filmed and evaluated by the software Humanoid Articulation Reaction Simulation (HARSim). Eleven postures were selected with trunk flexion at 1) 90º + 700N of force; 2) 90º + 350N of force; 3) 45º + 700N of force; 4) 45º + 350N of force; 5) 20º + knee flexion; 6) 45º + knee flexion; 7) 45º; 8) 90º; 9) 90º+20º of rotation; 10) 90º + 10º of rotation; 11) 0°. Intradisk pressure (IDP), moment of anterior flexion (MAF), shear force (SF) and axial force (AxialF) were calculated in all postures. Subject 9 presented greater SF (p = 0,023) in all postures. However, IDP, MAF, SF and Axial F were 79.5% (8 postures), 124% (7 postures), 53.7% (6 postures) and 43% (1 posture), respectively, above the limits established by the National Institute for Occupational Safety and Health (NIOSH), for subject 9, and 94.2% (4 postures), 88.4% (5 postures), 66.3% (3 postures) and 21% (1 posture) for subject 2. The increase of trunk flexion and corporal mass associated with rotation and with external load can create forces and moments that contribute to vertebral injuries.