Associações do estado nutricional, homocisteinemia e suplementação de folato com a disfunção cognitiva de mulheres idosas / Associations of nutritional status, homocysteinemia and folate oral supplementation in old women with cognitive impairment

RESUMO

A hiperhomocisteinemia é o principal fator isolado da aterosclerose além de constituir-se em potente fator pró-oxidante. Ambas as situações somam-se na etiologia da deficiência cognitiva do idoso, com conseqüências pessoais e sociais preocupantes. Com o objetivo de investigar as implicações mentais da homocisteinemia e da suplementação oral de folato, em idosos, foram estudadas 32 mulheres (62 a 81 anos) do grupo de intervenção (G1), comparativamente ao grupo controle (G2) de 24 mulheres (60 a 76 anos), todas selecionadas por critérios clínicos e éticos. Ambos os grupos foram, no momento inicial (M0), submetidos à avaliação clínica para diagnóstico de doenças crônicas, exames laboratoriais (homocisteinemia, folacemia, vitamina B12, glicemia, colesterolemia, trigliceridemia e uricemia), peso e estatura para cálculo do IMC, avaliação do consumo alimentar (3 dias alternados) de macro e micronutrientes (incluindo ácido fólico e vitamina B12) e ao mini-teste do estado mental (MMSE - Mini Mental State Examination). Estas avaliações foram repetidas, no G1, 60 dias após (M1), com o término da suplementação de ácido fólico (400 μg/dia). A análise estatística mostrou que os grupos eram homogêneos exceto que G1 era 3 anos mais velho, mais baixo, com valores maiores de glicemia e menores de MMSE (p < 0,05). Não houve correlação significativa do MMSE com as concentrações plasmáticas de Hcy (r=0,03), folato (r= 0,152) e vitamina B12 (r=0,036). Com suplementação de ácido fólico, o G1 aumentou significativamente a folacemia (sem alterar a vitamina B12), reduziu a homocisteinemia e equiparou a glicemia. Houve redução de 50% na prevalência de hiperglicêmicos (≥100 mg/dL, assim como dos hiperhomocisteinêmicos (≥13μmol/L) de 45,8% para 18,8%...