Detecção de maus-tratos contra a criança: oportunidades perdidas em serviços de emergência na cidade do Rio de Janeiro, Brasil / Detection of child abuse: missed opportunities in emergency rooms in Rio de Janeiro, Brazil
Cad. saúde pública
; Cad. Saúde Pública (Online);24(12): 2926-2936, dez. 2008. tab
Article
in Pt
| LILACS
| ID: lil-499783
Responsible library:
BR1.1
RESUMO
O enfrentamento da violência contra a criança é considerado um desafio nos serviços de emergência, onde a rotina atribulada pode dificultar a detecção dos casos. O presente estudo estimou a magnitude da violência contra crianças atendidas em dois hospitais de emergência no Rio de Janeiro, Brasil. Também avaliou o grau de sub-registro de casos, comparando a casuística notificada pelas equipes com aquela estimada pelo estudo. Para aferição da violência foi utilizado o instrumento Conflict Tactics Scales Parent-Child (CTSPC), aplicado em 524 acompanhantes de crianças atendidas nos hospitais entre janeiro e março de 2005. Foram avaliadas todas as notificações originadas da identificação de casos pelas equipes em 2004. De acordo com a CTSPC, a prevalência de violência psicológica, negligência e violência física foi de 94,8 por cento (IC95 por cento 92,9-96,2), 60,3 por cento (IC95 por cento 55,9-64,7) e 47,2 por cento (IC95 por cento 42,7-51,8), respectivamente. Já estas estimativas segundo as notificações foram de 0,007 por cento (IC95 por cento 0,003-0,013), 0,24 por cento (IC95 por cento 0,22-0,27) e 0,03 por cento (IC95 por cento 0,02-0,04). Essa considerável diferença entre as estimativas do estudo e as relativas aos casos notificados sugere que as estratégias de identificação e notificação de casos de violência contra a criança nos serviços de emergência sejam reavaliadas.
ABSTRACT
Emergency rooms require special consideration since their often-distressful routines may hamper the detection and handling of family violence cases. This study estimated the magnitude of violence against children reported by users of two emergency hospitals in Rio de Janeiro, Brazil. It also evaluated the degree of underreporting by contrasting the present findings to cases reported routinely. 524 parents/guardians of children under 12 treated at the hospitals from January to March 2005 were interviewed. Twelve-month prevalence of family violence was measured with the Conflict Tactics Scales Parent-Child (CTSPC). All cases reported by staff and officially recorded in the preceding year were identified. Prevalence of psychological aggression, negligence, and physical violence were 94.8 percent (95 percentCI 92.9-96.2), 60.3 percent (95 percentCI 55.9-64.7), and 47.2 percent (95 percentCI 42.7-51.8), respectively. However, the corresponding prevalence rates according to routinely reported information were 0.007 percent (95 percentCI 0.003-0.013), 0.24 percent (95 percentCI 0.22-0.27), and 0.03 percent (95 percentCI 0.02-0.04). This striking difference suggests that case identification and strategies to report violence against children in emergency rooms need to be reevaluated.
Key words
Full text:
1
Index:
LILACS
Main subject:
Child Abuse
/
Mandatory Reporting
/
Emergency Service, Hospital
Type of study:
Clinical_trials
/
Diagnostic_studies
/
Observational_studies
/
Prevalence_studies
/
Prognostic_studies
/
Risk_factors_studies
Limits:
Adult
/
Child
/
Child, preschool
/
Female
/
Humans
/
Male
Country/Region as subject:
America do sul
/
Brasil
Language:
Pt
Journal:
Cad. Saúde Pública (Online)
/
Cad. saúde pública
Journal subject:
SAUDE PUBLICA
/
TOXICOLOGIA
Year:
2008
Type:
Article