Estudo dos mecanismos bioquímicos de resistência a inseticidas em diferentes populações de Aedes aegypti (Linnaeus, 1762) do Brasil / Study of the mechanisms resistance biochemical the insecticides in different populations of Aedes aegypti (Linnaeus, 1762) of Brazil

RESUMO

Os inseticidas químicos desempenham papel relevante no controle de insetos vetores; existem quatro classes destes compostos mais amplamente utilizadas em Saúde Pública organoclorados (OC), organofosforados (OP), carbamatos (CA) e piretróides (PI). Todos atuam no sistema nervoso central (SNC) do inseto, em alvos diferentes. Resistência a estes inseticidas pode derivar de mutações nestes alvos ou do aumento da expressão (ou de maior atividade) de enzimas detoxificantes, impedindo que os inseticidas alcancem o SNC do inseto. Para este último mecanismo, conhecido como resistência metabólica, concorrem três principais famílias de enzimas Esterases (EST), Glutationa-S-transferases (GST) e oxidases de função mista (P450). No Brasil, desde 1967 e até recentemente, os programas de Saúde Pública usaram exclusivamente inseticidas OP no controle de larvas e adultos de Aedes aegypti. O uso contínuo expôs o vetor da dengue a uma intensa pressão seletiva. Em 1998, relatos dos agentes sanitários indicavam diminuição do efeito residual do OP temephos, único larvicida disonível até então para o combate ao vetor. Em função disto, em 1999, a FUNASA (atualmente Secretaria de Vigilância em Saúde) iniciou a coordenação da Rede Nacional de Monitoramento da Resistência de Aedes aegypti a Inseticidas (MoReNAa), da qual o LAFICAVE faz parte desde o princípio. Os bioensaios confirmaram resistência a OP, o que resultou na troca, efetuada em 2000-2001 em todo o país, por PI para o controle de adultos e no uso do biolarvicida Bti naquelas localidades onde havia sido detectada resistência ao temephos. Nessa época ainda não havia no país capacitação técnica para investigar os possíveis mecanismos de resistência em larga escala, para fornecer informações mais precisas que pudessem auxiliar o Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD) na escolha racional de um inseticida. Padronizamos então protocolo de avaliação dos mecanismos de resistência, baseado na quantificação das...controle.