Qualidade de vida de pessoas portadoras de Síndrome de Down, com mais de 40 anos, no Estado de Santa Catarina / Quality of life of people with Down Syndrome ages 40 and up in Santa Catarina State, Brazil

RESUMO

O objetivo deste estudo foi verificar a qualidade de vida de pessoas portadoras de SD, com mais de 40 anos, do Estado de Santa Catarina. Foram identificados 101 sujeitos nessa condição. Selecionou-se uma amostra de 30 sujeitos (15 homens e 15 mulheres), para entrevista domiciliar com um parente. Utilizou-se um pedômetro para verificar o número de passos durante três dias da semana. A média de idade foi de 46,8 anos (DP=6,7) para os homens e de 46,2 (DP=3,7) nas mulheres. Apenas um sujeito é alfabetizado. A média para o peso corporal foi de 61,6 kg nos homens e 64,4 kg nas mulheres. Quanto à estatura, verificou-se uma média de 151,9 cm nos homens e 143,2 cm nas mulheres. O IMC médio para as mulheres foi de 31,3 kg/m2, e para os homens de 26,8 kg/m2, com 40% sendo obesos (IMC>30). A saúde física e emocional do grupo é considerada boa. As atividades de lazer são basicamente passivas e assistir TV foi a preferida. Observou-se que 56,3% dos sujeitos fazem atividade física (AF) orientada na instituição e 26,6% não realizam nenhum tipo de AF. Com o pedômetro, observou-se uma média total de 4.018 passos/dia (DP= 2.377; 662 – 9.636). A análise multivariada no agrupamento entre variáveis demonstrou que o risco de sobrepeso/obesidade é uma característica mais ligada às mulheres, enquanto um maior nível de atividades físicas foi mais claramente associado ao sexo masculino. Conclui-se que o nível socioeconômico não é uma variável discriminante quanto à prática de AF, existem diferenças na prática em relação à faixa etária, pois os mais jovens apresentaram um nível maior de AF em relação aos mais velhos. As mulheres são mais ativas do que os homens. Os mais ativos tendem a apresentar maior grau de independência na realização das atividades da vida diária. Encontrou-se uma associação significativa (p<0,05) entre o nível de AF e o grau de independência para alimentar-se sozinho.

ABSTRACT

This study investigated people with Down Syndrome (DS), ages 40 and older, living in Santa Catarina, Brazil. From the 101 subjects identified in this condition 30 subjects (15 men and 15 women) were selected to be interviewed at home, with a relative. A pedometer was used to register the number of steps taken in three days of the week. The mean age for men was 46.8 (s=6,7), and for women, 46.2 (s=3,7). Only one subject was able to read and write. The meam body weight was 61.6kg for men and 64.4kg for women. As for stature, an average of 151.9cm for men and 143.2cm for women was verified. The mean Body Mass Index was 31.3kg/m2 for women and 26.8kg/m2 for men with 40% being classified as obese (BMI>30). Physical and emotional health of the group is considered good. Leisure-time activities were basically passive and watching TV was the favorite one. It was observed that 56.3% of the subjects perform some physical activity (PA), oriented at an institution, and that 26.6% of them do not perform any kind of PA. With the pedometer, a total average of 4,018 steps/day was observed (DP=2,377; 662-9,636). Multivariate analysis in the grouping of variables demonstrated that the risk of overweight/obesity is a more clearly associated with male sex. It is concluded that the socioeconomic level is not a discriminating variable as to the practice of PA, that there are differences concerning age-groups, since the younger subjects showed a higher level of PA in relation to the older ones. Women are more active than men. Those considered as more active were also more independent on activities of daily life. A significant association (p<0.05) between the level of PA and the degree of independence to eat by themselves was found.