Micro-clima dos domicílios e doenças sibilantes em crianças da cidade de São Paulo / Indoor microclimate and weezing diseases in children of the city of São Paulo

RESUMO

A asma é uma doença complexa e heterogênea que pode se manifestar por diferentes fenótipos. Ela está relacionada ao desenvolvimento do sistema imune e do trato respiratório nos primeiros anos de vida e os eventos clínicos que ocorrem nesta fase da vida influenciam substancialmente o desenvolvimento do risco de asma. São múltiplas e variáveis as sucetibilidades genéticas e exposições ambientais que modulam a expressão e a progressão da doença. Nesta tese são apresentados resultados parciais de dois estudos conduzidos na cidade de São Paulo que envolveram crianças menores de cinco anos de idade. O objetivo geral de ambas as investigações era examinar a associação entre doenças respiratória do trato inferior na criança, particularmente doença sibilante, e fatores ambientais intra-domicílios. O primeiro estudo foi um caso-controle realizado na década de 90 com crianças de 2-59 meses de idade e, o segundo, é uma coorte prospectiva de recém-nascidos que está em andamento (PROJETO CHIADO). São apresentados os critérios diagnósticos, utilizados no estudo de caso-controle, para classificar as doenças respiratórias do trato inferior em crianças pequenas e os dados clínicos referentes ao primeiro ano de vida das crianças da coorte. A influência do micro-clima do domicílio sobre a saúde respiratória das crianças foi examinada nos dois estudos. Foi observado que o tipo de construção das habitações está altamente correlacionado com as variações higrotérmicas internas. Os resultados das análises multivariáveis mostraram que, no estudo de caso-controle, para cada 1ºC de aumento na amplitude térmica interna está associado um aumento de 6 por cento na incidência de doença respiratória do trato inferior. Os resultados do estudo de coorte são consistentes com estes achados e foi estimado que para cada 1ºC de aumento na amplitude térmica interna está associado um aumento de 9 por cento na incidência de sibilância recorrente.