Interação medicamento-nutriente na prática clínica / Drug-nutrient interaction in clinical practice / Interacción fármaco-nutrientes en la práctica clínica

RESUMO

Embora a importância das interações medicamento-nutriente seja reconhecida, a abordagem sistemática para prevenção e monitorização destas interações como parte integrante da terapêutica, permitindo uma melhor predição das respostas clínicas, ainda é deficitária. O manejo inapropriado de algumas interações pode desencadear falha na terapêutica ou severos efeitos adversos ao paciente. A maior parte das interações envolve mudanças na biodisponibilidade oral e absorção, embora outros mecanismos também sejam sugeridos. Fatores que influenciam a interação medicamento-nutriente podem estar ligados ao hospedeiro, ao medicamento ou ao próprio nutriente. A maior parte das interações do tipo 1 podem ser evitadas, evitando-se a mistura do nutriente e o fármaco na mesma infusão. Enquanto algumas interações do tipo 2 podem ser evitadas separando-se o tempo de administração do medicamento e o nutriente, a maior parte das interações do tipo 2, envolvendo metabolismo e transporte, não pode ser evitada pela separação temporal da administração da alimentação e do medicamento. As interações relacionadas à nutrição enteral, indicam a recomendação de não administração de medicamentos diretamente na formulação enteral; não administração via sonda para nutrição, durante a nutrição enteral e a interrupção da mesma por duas horas antes e depois da administração de medicamentos. Princípios gerais para o manejo clínico e prevenção das interações medicamento-nutriente que poderão contribuir para implementar e facilitar a prática clínica, envolvem a identificação das consequências clínicas no curto e longo prazo, tais como sintomas clínicos e modificações de valores laboratoriais como resultado da interação, a consideração da necessidade de ajustes para doses de medicamentos ou suplementação nutricional e, considerações sobre a viabilidade de tratamento alternativo.

ABSTRACT

Although the importance of drug-nutrient interactions is recognized, a systematic approach to prevention and monitoring of these interactions as part of therapy, allowing better prediction of clinical response is poor. The inappropriate management of some interactions may trigger therapeutic failure or severe adverse effects to the patient. Most interactions involve changes in oral bioavailability and absorption, although other mechanisms are also suggested. Factors that influence drug-nutrient interaction may be linked to the host, the drug itself or the nutrient. Most of the interactions of type 1 can be prevented by avoiding the mixture of the same nutrient and drug infusion. While some interactions of type 2 can be avoided by separating the time of drug administration and the nutrient, most of the interactions of type 2, involving metabolism and transport, can not be avoided by temporal separation of the administration of food and medicine. The interactions related to enteral nutrition, indicate the recommendation of no drug administration directly into the enteral formula, not via the administration tube for nutrition, enteral feeding and during the same interrupt for two hours before and after drug administration. General principles for clinical management and prevention of drug-nutrient interactions that may contribute to implement and facilitate clinical practice, involving the identification of clinical consequences in the short and long term, such as clinical symptoms and changes in laboratory values as a result of the interaction, consideration of the need for adjustments to doses of medication or nutritional supplementation, and considerations about the feasibility of alternative treatment.

RESUMEN

A pesar de la importancia de las interacciones fármaco-nutriente se reconoce, un enfoque sistemático para la prevención y el control de estas interacciones como parte del tratamiento, lo que permite una mejor predicción de la respuesta clínica es pobre. El manejo inadecuado de algunas interacciones pueden provocar fracaso terapéutico o efectos adversos graves para el paciente. La mayoría de las interacciones implican cambios en la biodisponibilidad oral y la absorción, aunque otros mecanismos también se sugirió. Factores que influyen en la interacción fármaco-nutrientes pueden ser vinculados a la acogida, la propia droga o de nutrientes. La mayoría de las interacciones de tipo 1 puede prevenirse si se evita la mezcla de los mismos nutrientes y la infusión de drogas. Mientras que algunas interacciones de tipo 2 se pueden evitar mediante la separación de la época de la administración de fármacos y nutrientes, la mayoría de las interacciones de tipo 2, del metabolismo y el transporte, no se puede evitar mediante una separación temporal de la administración de alimentos y medicinas. Las interacciones relacionadas con la nutrición enteral, indica la recomendación de no administración de la droga directamente en la fórmula de nutrición enteral, no a través del tubo de la administración de la nutrición, la alimentación enteral y durante la misma interrupción durante dos horas antes y después de la administración de drogas. Principios generales para la gestión clínica y la prevención de las interacciones entre medicamentos y nutrientes que pueden contribuir a poner en práctica y facilitar la práctica clínica, que incluirá la identificación de las consecuencias clínicas a corto y largo plazo, tales como los síntomas clínicos y los cambios en...