Estudo descritivo sobre as condições de trabalho em um serviço de emergência médica e a ocorrência de sintomas psicossociais / Descriptive study on working conditions in an emergency department and the occurrence of psychosocial symptoms

RESUMO

Na prática do médico plantonista, o ambiente e as condições de trabalho podem apresentar influência no desempenho profissional e na satisfação do usuário. Esta pesquisa foi realizada com 10 médicos plantonistas e buscou descrever as condições de trabalho em um serviço de emergência médica e a ocorrência de sintomas psicossociais junto aos médicos plantonistas. Os resultados indicam que na prática do plantonista ocorrem situações que potencializam o surgimento de stress ocupacional, decorrentes da estrutura física precária, insuficiência de salas, insuficiência de medicamentos, equipamentos obsoletos, queixa no relacionamento com a equipe de apoio e conflito com os usuários. Salienta-se de maneira significativa a presença de sintomas psicossociais como irritação/impaciência, esânimo/desmotivação, memória/falta de contato pessoal, falta de concentração/ insônia e prazer sexual diminuído. Assim, há necessidade de investigação detalhada do trabalho, elaborar estratégias de intervenção, repensar formas de organização e participação dos trabalhadores nas decisões para que o ambiente de trabalho não favoreça o surgimento de doenças ocupacionais.

ABSTRACT

Within the duty doctor’s practice, the environment and the working conditions can interfere with both, their professional performance, and their client’s satisfaction. This research was realized with 10 duty doctors it tried to describe the work conditions in emergency room doctors and the occurrence of symptoms psychosocial.The results indicated that the function of such practitioners involves situations that intensify the manifestation of occupational stress. Some of the mainsources can be the precarious physical structure, limited number of rooms, insufficient medication, obsolete equipment, lack of support from the team, and conflict with the patients. The major psychosocial symptoms presented by the practitioners were irritability/impatience, withdraw/discouragement, memory/lack of personal contact, attention deficit/insomnia, and reduction of sexual pleasure. Therefore, there is a necessity of, not only a detailed investigation of the job, but also the creation of some different intervention strategies, as well as the revision of organizational arrangement. Finally, the employees participation in the administrative decisions, in order to avoid that the workplace leads to the manifestation of occupational diseases, is also fundamental.