Mortalidade infantil no Brasil: uma revisão de literatura antes e após a implantação do Sistema Único de Saúde / Infant mortality in Brazil: a literature review before and after the unified health system implementation

RESUMO

O objetivo foi identificar os principais fatores de risco para mortalidade infantil e causas de óbito relatados na literatura antes da implantação do SUS (1980-1983) e em anos recentes (2005-2008).Os artigos foram buscados nas bases SciELO,MEDLINE e LILACS, utilizando como descritores termos relacionados à mortalidade infantil. A amostra final contou com 83 artigos, 14 do quadriênio 1980-1983 e 69 de 2005-2008. No primeiro período, os fatores de risco para mortalidade infantil apontados nos estudos relacionaram-se, principalmente, às características socioeconômicas e, no segundo, às do recém-nascido, maternas, assistenciais e socioeconômicas.Com a redução da mortalidade por doenças infecciosas e parasitárias e por doenças respiratórias,ganharam importância como determinantes do óbito infantil as causas perinatais e malformações congênitas.Conclui-se que se em décadas anteriores a prioridade era resolver os problemas ligados, principalmente,ao ambiente físico e social em que a crianças e encontrava inserida, atualmente o desafio incorpora a necessidade de se construir equidade no acesso a serviços de saúde de qualidade, além da instituição de políticas públicas que visem à diminuição das desigualdades socioeconômicas e à extensão do acesso ao saneamento básico.

ABSTRACT

The objective is to identify the main risk factors for infant mortality and the causes of death reported in literature before the implementation of the Unified Health System (1980-1983) as well as in recent years (2005-2008). The articles were obtained from the following databases: SciELO, MEDLINE and LILACS, using as descriptors terms related to infant mortality. The final sample consisted of 83 articles, 14 in the period of four years from 1980-1983, and 69 in the period of 2005-2008. In the first period, the main risk factors for infant mortality reported in the studies were related, largely, to socioeconomic characteristics and, in the second period, to the newborn, maternal, healthcare and socioeconomic characteristics. With the decrease of mortality due to infectous/parasitic and respiratory diseases, perinatal causes and congenital malformations gained importance as infant death causes. We concluded that if in previous decades the priority was to solve problems related mainly to the physical and social environment where the child lived, today the challenge incorporates the need to build equity in access to qualified health services, along with public policies aimed at reducing socioeconomic inequalities and increasing basic sanitation.