O único homem livre: a doutrina da loucura em Lacan / The one free man: Lacan's madness doctrine

RESUMO

Próximo ao fim da II Guerra dá-se início a uma polêmica que se mantém como tema de interesse e estudos atuais. Jacques Lacan e Henri Ey desenvolvem uma série de debates sobre a psicogênese das neuroses e psicoses em torno do tema da “Liberdade” que se destacam nos estudos da psiquiatria e psicanálise das ultimas décadas. Ey, sustentando-se em um humanismo filosófico, pensa o homem como livre e auto-determinado. Para Lacan, o homem recebe suas determinações essenciais do exterior, pois é alienado na linguagem. O presente artigo aborda o organodinamismo de Henry Ey comparando-o com as teses de Lacan, onde o fenômeno da loucura é formulado como causa significante - determinada pela linguagem - e como rejeição da causalidade - objeto como causa real.

ABSTRACT

Near the end of World War II a controversy was initiated that is still a topic of interest and current studies. Jacques Lacan and Henry Ey developed a series of discussions on the psychogenesis of neuroses and psychoses around the theme of “Freedom”, which stands out in studies of psychoanalysis and psychiatry in the last decades. Ey, supporting himself in a philosophical humanism, thinks man as free and self-determined. For Lacan, man receives his essential determinations from the outside, and is alienated in language. The current article deals with Henry Ey´s organo-dynamics comparing it with Lacan´s theories, where the phenomenon of madness is formulated as a significant cause - determined by language - and a rejection of causality - object as the real cause.