TIMP-1(inibidor de metaproteinase) e colágeno tipo IV em pacientes portadores de esquistossomose mansoni submetidos a esplenectomia / TIMP-1(inhibitor of metaproteinase) and collagen type IV in patients with schistosomiasis underwent splenectomy

RESUMO

A fibrose hepática resulta de um desequilíbrio entre deposição e remoção de componentes da matriz extracelular, sendo sua degradação mediada por metaloproteinases, e estas são reguladas por inibidores fisiológicos (TIMPs). Alterações no baço de indivíduos portadores de esquistossomose mansoni poderiam contribuir para a acentuação da fibrose hepática bem como da ativação de TIMPs, não estando esses aspectos totalmente esclarecidos. O objetivo desse estudo foi avaliar 0 comportamento de marcadores séricos de fibrose hepática, o TIMP-I e o colágeno tipo IV em pacientes portadores da forma hepatoesplênica da Esquistossomose mansoni submetidos a esplenectomia. Foram inc1uidos 24 pacientes com idade que variou de 14 a 61 anos (36,92±13,59 anos), sendo 17 do sexo masculino e 7 do sexo feminino. Os níveis séricos de TIMP-l e colágeno IV foram determinados par método imunoenzimático sanduiche (EIA), no pré-operatório (PRÉ), e nos 2° (POI) e 60° (P02) dias após esplenectomia. Antes da esplenectomia, os níveis séricos do colágeno tipo IV e do TMP-l estavam elevados (175,04±112,84ng/ml e 812,56±861,31ng/ml, respectivamente). Após esplenectomia, a media dos valores de colágeno tipo IV revelou uma diminuição significante em relação ao POI (l13,98±73,38ng/ml; p= 0,039) e em relação ao P02 (109,53±36.1ng/ml; p= 0,015). Níveis séricos de TIMP-1 também mostraram uma significante diminuição em relação ao POI (245,08±363,08ng/ml; p=0,008) e P02 (108,77±112,05ng/rnl; p= 0,001). Em adição, não foi encontrada diferença significante entre níveis séricos de POI e P02, tanto para colágeno tipo IV (p= 0,061) como para TIMP-l (p= 0,145). as nossos resultados mostram que após esplenectomia, ocorreu diminuição do TIMP¬1 e do colágeno tipo IV, que persistiu ate 0 60° dia. Estes resultados sugerem que o baço parece desempenhar um papel na regulação da fibrose hepática.

ABSTRACT

Hepatic fibrosis is a dynamic process that results in a net accumulation of extracellular matrix proteins and altered matrix degradation regulated by a family of enzymes called the matrix metalloproteinases and their inhibitors (TIMPs). The role of the spleen in the process of liver fibrosis in schistosomiasis still needs clarification. The aim of this study was to assess the effect of splenectomy on serum levels of two markers of fibrosis, type IV collagen andTIMP-1, in patients with schistosomiasis mansoni. Twenty-four patients with hepatosplenic schistosomiasis mansoni participated in the study. Type IV collagen and TIMP-1 serum levels were measured preoperatively, and after two (POD-1) and 60 days (POD-2) of spleen removal. Before splenectomy, both type IV collagen and TIMP-1 serum levels were elevatedin the majority of patients. After splenectomy, the levels of type IV collagen showed a significant decrease in relation to the preoperative values both in POD-1 (median presplenectomy: 143.7ng/ml vs 77.01; p=0.04) and POD-2 (103.3 ng/ml; p=0.015). Serum levelsof TIMP-1 also showed a significant decrease in relation to the preoperative values both in POD-1 (pre-splenectomy: 585.9ng/ml vs 196.4 ng/ml; p=0.008) and POD-2 (97.4; ng/mlp<0.001). There was no difference between POD-1and POD-2 values for each serum marker. In conclusion, splenectomy in schistosomotic patients was associated to a decrease in serummarkers of fibrosis levels, which persisted for at least 60 days. These results suggest that the spleen may play a role in the extracellular matrix production, and therefore may contribute to liver fibrosis in schistosomiasis mansoni.