Estreptococos do grupo C isolados no Brasil: incidência das espécies, perfil de seuscetibilidade à penicilina e eritromicina e comportamento frente ao teste da bacitracina / Group C streptococci: susceptilities to penicilin, erythromycin and bacitracin

RESUMO

Uma coleção de 27 amostras de estreptococos do grupo C de Lancefield tiveram suas espécies determinadas através de testes bioquímicos. As amostras foram também examinadas quanto à suscetibilidade à penicilina, eritromicina e bacitracina (discos contendo 0,04UI). Uma das amostras era padrão do sorogrupo e as demais foram isoladas no Brasil. Das 1127 amostras estudadas, 112 foram obtidas de material clínico humano, sendo 105 classificadas como S. equisimilis, 3 como S. anginosus, 3 como S. zooepidemicus e 1 como S. dysgalactiae. Dentre as 15 amostras de origem animal, 6 amostras eram de S. equisimilis e 9 de S. zoopidemicus. Quinze das amostras humanas foram sensíveis à bacitracina pelo método de difusão em disco. A concentração mínima inibitória (CMI) da penicilina para as 112 amostras humanas variou de 0,0075 a 0,12 ug/ml e de 0,0075 a 0,03 ug/ml para as 15 amostras animais. O valor da CMI mais encontrado nas amostras de ambas as origens foi de 0,015 ug/ml. Quatorze das 127 amostras foram resistentes à eritromicina sendo que 10 destas eram humanas (S. equisimilis) e 4 animais (3 de S. equisimilis e 1 de S. zooepidemicus). Até 6% dos estreptococos do grupo C são sensíveis à bacitracina (resiltados falso-positivos) e isto representa uma percentagem aceitável. Se estudos adicionais confirmarem nossas observações, esforços para melhorar a identificação de amostras de grupo C deveriam ser feitos para evitar uma incorreta identificação presuntiva como estreptococos do grupo A nos laboratórios de rotina. Mais atenção deveria ser dada para a suscetibilidade à eritromicina uma vez que 11% das nossas amostras foram resistentes a este antimicrobiano, enquanto que os dados da literatura relatam uma resistência em torno de 2%.