Análise de mortalidade em crianças com insuficiência renal aguda submetidas à diálise peritoneal / Analysis of mortality in children with acute renal failure undergoing peritoneal dialysis

RESUMO

Objetivo: Avaliar a taxa de mortalidade de recém-nascidos e crianças de idade até 12 anos com insuficiência renal aguda submetidas à diálise peritoneal durante a internação e estratificar o risco de mortalidade conforme a faixa etária. Método: estudo de coorte retrospectivo (histórico) de crianças com insuficiência renal aguda que necessitaram de diálise peritoneal, admitidas entre maio de 2002 e agosto de 2006 em hospital terciário pediátrico em Londrina, PR. Resultados: Foram analisados dados referentes a 45 crianças submetidas à diálise peritoneal no período. A taxa de mortalidade global foi de 53,3% e a neonatal 73,9%. A idade mediana de instalação de diálise foi de 11 dias para as que sobreviveram (p=0,009). A maior parte dos pacientes não era de Londrina (62,2%), mas não houve diferença quanto à evolução ou não para o óbito no tocante à procedência (p=0,95). O início de diálise peritoneal na faixa etária neonatal foi associado a maior risco de evolução para óbito OR=6,1, IC 95%=1,7-22,2). Conclusões: A insuficiência renal aguda em crianças esteve associada a elevadas taxas de mortalidade, principalmente no período neonatal. A concentração de casos de maior gravidade e a inclusão de casos estritamente com necessidade dialítica em UTIs estiveram relacionados a este fato. A gravidade no que tange às dificuldades técnicas quando da instalação do procedimento no período neonatal pode estar associada ao pior diagnóstico desta condição. Maior atenção deve ser dada à insuficiência renal aguda neste período da vida.

ABSTRACT

Objective: To evaluate the mortality rate of newborns and children under 12 years of age with acute renal failure undergoing peritoneal dialysis during hospitalization and to stratify the risk of mortality according to age. Method: retrospective cohort study (history) of children with acute renal failure requiring dialysis, admitted between May 2002 and August 2006 in a tertiary pediatric hospital in Londrina, PR. Results: We analyzed data from 45 children undergoing peritoneal dialysis in the period. The overall mortality rate was 53.3% and 73.9% neonatal. The median age of dialysis facility was 11 days for those who survived (p = 0.009). Most of the patients was not de Londrina (62.2%), but there was no difference in the evolution to death or not with respect to the origin (p = 0.95). The start of peritoneal dialysis in the neonatal age was associated with increased risk of progression to death OR = 6.1, 95% CI = 1.7 to 22.2). Conclusions: Acute renal failure in children was associated with high mortality rates, especially in the neonatal period. The concentration of more severe cases and the inclusion of cases strictly requiring dialysis in ICU were related to this fact. The seriousness with regard to technical difficulties when installing the procedure in the neonatal period may be associated with worse diagnosis of this condition. Greater attention should be given to acute renal failure in this period of life.