As conseqüências da doença periodontal na qualidade de vida relacionada à saúde bucal e implicações para a definição de necessidade de tratamento / The consequences of periodontal disease on quality of life related to oral health and implications for the definition of treatment need

RESUMO

O método mais comumente utilizado para definir necessidade de tratamento periodontal tem se limitado à avaliação exclusivamente clínica pelo profissional, na qual a saúde é definida simplesmente como ausência de sinais de doença, não se levando em consideração a associação entre esses sinais e o risco de perda de dentes, bem como a associação com as funções bucais (mastigação, estética e etc.), o desempenho social, e o bem estar psicológico. Objetivo: este estudo avaliou o impacto da doença periodontal na qualidade de vida relacionada à saúde bucal. Metodologia: estudo transversal onde foram selecionados 3 grupos de indivíduos com doença periodontal ausente/leve, moderada e severa. Os participantes foram selecionados entre aqueles que estavam inscritos para a triagem na clínica da faculdade de odontologia da Universidade Estácio de Sá, no Rio de Janeiro. Para o exame periodontal, foram utilizados os seguintes indicadores clínicos sangramento marginal, bolsa periodontal, nível de inserção, recessão gengival, sangramento à sondagem, mobilidade dentária, envolvimento de furca, presença de supuração. Cada superfície dental foi classificada como cariada, perdida ou obturada. A qualidade de vida relacionada à saúde bucal foi avaliada pelo instrumento Dental Impact on Daily Living - DIDL, que analisa o impacto da cavidade bucal na qualidade de vida, através de 5 dimensões aparência, conforto, restrição mastigatória dor e performance. Foram examinados 230 indivíduos, 141 mulheres (61.3%) e 89 homens (38.7%) com idade média de 36 anos (dp;11.3), variando de 18-69 anos. Resultados: baseado no escore total do DIDL, 66 indivíduos (28.7%) estavam insatisfeitos, 157 (68.3%) relativamente satisfeitos e 7 (3.0%) satisfeitos com a cavidade bucal. Não houve diferença na correlação entre os escores do DIDL e os critérios de definição de doença (Nova Classificação rs -0.226 p<0.001; AAP r 0.251 p<0.001)...