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Florística e fitossociologia em parcelas permanentes da Mata Atlântica do sudeste do Brasil ao longo de um gradiente altitudinal / Floristic and phytosociology in permanent plots of the Atlantic Rainforest along an altitudinal gradient in southeastern Brazil
Joly, Carlos Alfredo; Assis, Marco Antonio; Bernacci, Luis Carlos; Tamashiro, Jorge Yoshio; Campos, Mariana Cruz Rodrigues de; Gomes, José Ataliba Mantelli Aboin; Lacerda, Maryland Sanchez; Santos, Flávio Antonio Mães dos; Pedroni, Fernando; Pereira, Larissa de Souza; Padgurschi, Maíra de Campos Gorgulho; Prata, Eduardo Magalhães Borges; Ramos, Eliana; Torres, Roseli Buzanelli; Rochelle, André; Martins, Fernando Roberto; Alves, Luciana Ferreira; Vieira, Simone Aparecida; Martinelli, Luiz Antonio; Camargo, Plínio Barbosa de; Aidar, Marcos Pereira Marinho; Eisenlohr, Pedro Vasconcellos; Simões, Eliane; Villani, João Paulo; Belinello, Renato.
  • Joly, Carlos Alfredo; Universidade Estadual de Campinas. Instituto de Biologia. Departamento Biologia Vegetal. Campinas. BR
  • Assis, Marco Antonio; Universidade Estadual de Campinas. Instituto de Biologia. Departamento Biologia Vegetal. Campinas. BR
  • Bernacci, Luis Carlos; Instituto Agronômico de Campinas. Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento Jardim Botânico. Campinas. BR
  • Tamashiro, Jorge Yoshio; Universidade Estadual de Campinas. Instituto de Biologia. Departamento Biologia Vegetal. Campinas. BR
  • Campos, Mariana Cruz Rodrigues de; Universidade Estadual de Campinas. Instituto de Biologia. Departamento Biologia Vegetal. Campinas. BR
  • Gomes, José Ataliba Mantelli Aboin; Instituto Agronômico de Campinas. Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento Jardim Botânico. Campinas. BR
  • Lacerda, Maryland Sanchez; Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde. Pontal do Araguaia. BR
  • Santos, Flávio Antonio Mães dos; Universidade Estadual de Campinas. Instituto de Biologia. Departamento Biologia Vegetal. Campinas. BR
  • Pedroni, Fernando; Universidade Estadual de Campinas. Instituto de Biologia. Departamento Biologia Vegetal. Campinas. BR
  • Pereira, Larissa de Souza; Universidade Estadual de Campinas. Instituto de Biologia. Departamento Biologia Vegetal. Campinas. BR
  • Padgurschi, Maíra de Campos Gorgulho; Universidade Estadual de Campinas. Instituto de Biologia. Departamento Biologia Vegetal. Campinas. BR
  • Prata, Eduardo Magalhães Borges; Universidade Estadual de Campinas. Instituto de Biologia. Departamento Biologia Vegetal. Campinas. BR
  • Ramos, Eliana; Instituto Agronômico de Campinas. Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento Jardim Botânico. Campinas. BR
  • Torres, Roseli Buzanelli; Instituto Agronômico de Campinas. Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento Jardim Botânico. Campinas. BR
  • Rochelle, André; Universidade Estadual de Campinas. Instituto de Biologia. Departamento Biologia Vegetal. Campinas. BR
  • Martins, Fernando Roberto; Universidade Estadual de Campinas. Instituto de Biologia. Departamento Biologia Vegetal. Campinas. BR
  • Alves, Luciana Ferreira; Secretaria do Meio Ambiente. Instituto de Botânica. São Paulo. BR
  • Vieira, Simone Aparecida; Universidade Estadual de Campinas. Núcleo de Estudos e Pesquisas Ambientais. Campinas. BR
  • Martinelli, Luiz Antonio; Universidade de São Paulo. Centro de Energia Nuclear na Agricultura. Laboratório de Ecologia Isotópica. Piracicaba. BR
  • Camargo, Plínio Barbosa de; Universidade de São Paulo. Centro de Energia Nuclear na Agricultura. Laboratório de Ecologia Isotópica. Piracicaba. BR
  • Aidar, Marcos Pereira Marinho; Universidade Estadual de Campinas. Núcleo de Estudos e Pesquisas Ambientais. Campinas. BR
  • Eisenlohr, Pedro Vasconcellos; Universidade Estadual de Campinas. Instituto de Biologia. Departamento Biologia Vegetal. Campinas. BR
  • Simões, Eliane; Secretaria do Meio Ambiente do Estado. Parque Estadual da Serra do Mar. Núcleo Picinguaba. Ubatuba. BR
  • Villani, João Paulo; Secretaria do Meio Ambiente do Estado. Parque Estadual da Serra do Mar. Núcleo Santa Virgínia. São Luiz do Paraitinga. BR
  • Belinello, Renato; Universidade Estadual de Campinas. Instituto de Biologia. Departamento Biologia Vegetal. Campinas. BR
Biota neotrop. (Online, Ed. port.) ; 12(1): 125-145, Jan.-Mar. 2012. ilus, tab
Article in Portuguese | LILACS | ID: lil-642998
RESUMO
Este trabalho resume os dados de florística e fitossociologia de 11, das 14 parcelas de 1 ha, alocadas ao longo do gradiente altitudinal da Serra do Mar, São Paulo, Brasil. As parcelas começam na cota 10 m (Floresta de Restinga da Praia da Fazenda, município de Ubatuba) e estão distribuídas até a cota 1100 m (Floresta Ombrófila Densa Montana da Trilha do rio Itamambuca, município de São Luis do Paraitinga) abrangendo os Núcleos Picinguaba e Santa Virgínia do Parque Estadual da Serra do Mar. Na Restinga o solo é Neossolo Quartzarênico francamente arenoso, enquanto que na encosta o solo é um Cambisolo Háplico Distrófico argilo-arenoso, sendo que todas as parcelas apresentaram solo ácido (pH 3 - 4) com alta diluição de nutrientes e alta saturação de alumínio. Na Restinga e no sopé da encosta o clima é Tropical/Subtropical Úmido (Af/Cfa), sem estação seca, com precipitação média anual superior a 2.200 mm e temperatura média anual de 22 ºC. Subindo a encosta mantêm-se a média de precipitação, mas há um gradativo resfriamento, de forma que a 1.100 m o clima é Subtropical Úmido (Cfa/Cfb), sem estação seca, com temperatura média anual de 17 ºC. Destaca-se ainda que, quase diariamente, a parte superior da encosta, geralmente acima de 400 m, é coberta por uma densa neblina. Nas 14 parcelas foram marcados, medidos e amostrados 21.733 indivíduos com DAP > 4,8 cm, incluindo árvores, palmeiras e fetos arborescentes. O número médio de indivíduos amostrados nas 14 parcelas foi de 1.264 ind.ha-1 (± 218 EP de 95%). Dentro dos parâmetros considerados predominaram as árvores (71% FOD Montana a 90% na Restinga), seguidas de palmeiras (10% na Restinga a 25% na FOD Montana) e fetos arborescentes (0% na Restinga a 4% na FOD Montana). Neste aspecto destaca-se a FOD Terras Baixas Exploradas com apenas 1,8% de palmeiras e surpreendentes 10% de fetos arborescentes. O dossel é irregular, com altura variando de 7 a 9 m, raramente as árvores emergentes chegam a 18 m, e a irregularidade do dossel permite a entrada de luz suficiente para o desenvolvimento de centenas de espécies epífitas. Com exceção da FOD Montana, onde o número de mortos foi superior a 5% dos indivíduos amostrados, nas demais fitofisionomias este valor ficou abaixo de 2,5%. Nas 11 parcelas onde foi realizado o estudo florístico foram encontradas 562 espécies distribuídas em 195 gêneros e 68 famílias. Apenas sete espécies - Euterpe edulis Mart. (Arecaceae), Calyptranthes lucida Mart. ex DC. e Marlierea tomentosa Cambess (ambas Myrtaceae), Guapira opposita (Vell.) Reitz (Nyctaginaceae), Cupania oblongifolia Mart. (Sapindaceae) e as Urticaceae Cecropia glaziovii Snethl. e Coussapoa microcarpa (Schott) Rizzini - ocorreram da Floresta de Restinga à FOD Montana, enquanto outras 12 espécies só não ocorreram na Floresta de Restinga. As famílias com o maior número de espécies são Myrtaceae (133 spp), Fabaceae (47 spp), Rubiaceae (49) e Lauraceae (49) ao longo de todo gradiente da FOD e Monimiaceae (21) especificamente nas parcelas da FOD Montana. Em termos de número de indivíduos as famílias mais importantes foram Arecaceae, Rubiaceae, Myrtaceae, Sapotaceae, Lauraceae e na FOD Montana, Monimiaceae. Somente na parcela F, onde ocorreu exploração de madeira entre 1960 e 1985, a abundância de palmeiras foi substituída pelas Cyatheaceae. O gradiente estudado apresenta um pico da diversidade e riqueza nas altitudes intermediárias (300 a 400 m) ao longo da encosta (índice de Shannon-Weiner - H' - variando de 3,96 a 4,48 nats.indivíduo -1). Diversas explicações para este resultado são apresentadas neste trabalho, incluindo o fato dessas altitudes estarem nos limites das expansões e retrações das diferentes fitofisionomias da FOD Atlântica durante as flutuações climáticas do Pleistoceno. Os dados aqui apresentados demonstram a extraordinária riqueza de espécies arbóreas da Floresta Ombrófila Densa Atlântica dos Núcleos Picinguaba e Santa Virgínia do Parque Estadual da Serra do Mar, reforçando a importância de sua conservação ao longo de todo o gradiente altitudinal. A diversidade desta floresta justifica também o investimento de longo prazo, através de parcelas permanentes, para compreender sua dinâmica e funcionamento, bem como monitorar o impacto das mudanças climáticas nessa vegetação.
ABSTRACT
This paper summarizes floristic and phytossociology data of 11, out of 14 plots of 1 ha, allocated along an altitudinal gradient in the Serra do Mar, São Paulo, Brazil. The study was conducted at Serra do Mar State Park and the plots start at the sea level (10 m - plot of Restinga Forest that occurs at Praia da Fazenda, Picinguaba, municipality of Ubatuba) up to 1100 m above sea level (the Montane Ombrophilous Dense occurs alongside the Itamambuca Trail, municipality of São Luis do Paraitinga). The Restinga Forest occurs in Pleistocenic Coastal Plain where the soil is classified as a sandy Quartzipsamment (Quartzenic Neosol), while along the slopes of the Serra do Mar, the Ombrophylus Dense Forest grows on the top of a pre-Cambrian crystalline basement with granitic rocks, where the soil is a sandy-loam Dystrophic Inceptisol (Cambisol/Latosol). In all 14 plots soils are acidic (pH 3 - 4), chemically poor, with high dilution of nutrients and high saturation of aluminum. In the Restinga and at the foot of the slope the climate is Tropical/Subtropical Humid (Af/Cfa), with no dry season, an average annual rainfall over 2,200 mm and an average annual temperature of 22 ºC. Towards the top of the Serra do Mar there is a gradual cooling along the slope, but there is no reduction in rainfall, so at 1,100 m above sea level the climate is classified as Humid Subtropical (Cfa/Cfb), with no dry season and an average annual temperature of 17 ºC. It is important to remark that, almost daily, from 400 m above sea level up to the top of slopes the mountains are covered by a dense fog. In the 14 plots 21,733 individuals with DBH > 4.8 cm, including trees, palms and ferns, were marked, measured and sampled. The average number of individuals sampled in each plot was 1264 ind.ha-1(± 218 SE 95%). Within the parameters considered trees prevailed (71% in the Montane ODF to 90% in the Restinga Forest), followed by palms (10% in the RF and 25% in the Montane Ombrophilous Dense Forest/ODF) and ferns (0% % in the RF and 4% in the Montane ODF). Regarding these proportions the Exploited Lowlands ODF differs from the others with only 1.8% of palm trees and striking 10% of ferns. The forest canopy is irregular with heights ranging from 7 to 9 m, rarely emergent trees reach 18 m, and due to this irregularity of the canopy the amount of light that gets through sets conditions for the development of hundreds of epiphytic species. Aside from Montana ODF, where the number of dead trees was more than 5% of individuals sampled, in the other phytophysiognomies this value was below 2.5%. In the 11 plots where the floristic study was conducted we found 562 species in 195 genera and 68 families. Only seven species - Euterpe edulis Mart. (Arecaceae), Calyptranthes lucida Mart. ex DC. and Marlierea tomentosa Cambess (both Myrtaceae), Guapira opposita (Vell.) Reitz (Nyctaginaceae), Cupania oblongifolia Mart. (Sapindaceae), Cecropia glaziovii Snethl. and Coussapoa microcarpa (Schott) Rizzini (both Urticaceae) - occurred from Restinga to Montane ODF, while 12 other species did not occur only in the Restinga Forest. Families with the greatest number of species are Myrtaceae (133 spp), Fabaceae (47 spp), Rubiaceae (49) and Lauraceae (49) throughout the gradient and Monimiaceae (21) specifically in portions Montane ODF. Only in the F plot, where logging has occurred between 1950 and 1985, the abundance of palm trees has been replaced by Cyatheaceae. The study shows a peak of diversity and richness, Shannon-Weiner index (H') ranging from 3.96 to 4.48 nats.ind-1, in the intermediate altitudes (300 to 400 m) along the slope. Several explanations for this result are raised here, including the fact that these elevations are within the limits expansions and retractions of the different phytophysiognomies of the Atlantic ODF due to climate fluctuations during the Pleistocene. The results presented in this paper demonstrate the extraordinary richness of tree species of the Atlantic Rainforest from the northeastern coast of the State of Sao Paulo, reinforcing the importance of its conservation throughout the altitudinal gradient. The richness of this forest justifies a long term commitment to study its dynamics and functioning through permanent plots, and monitor the impacts of climate change in this vegetation.


Full text: Available Index: LILACS (Americas) Country/Region as subject: South America / Brazil Language: Portuguese Journal: Biota neotrop. (Online, Ed. port.) Journal subject: Tropical Medicine / Environmental Health Year: 2012 Type: Article / Project document Affiliation country: Brazil Institution/Affiliation country: Instituto Agronômico de Campinas/BR / Secretaria do Meio Ambiente do Estado/BR / Secretaria do Meio Ambiente/BR / Universidade Estadual de Campinas/BR / Universidade Federal de Mato Grosso do Sul/BR / Universidade de São Paulo/BR

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