Estudo comparativo entre o tratamento primário e secundário da ferida operatória na apendicite aguda complicada / Comparative study between the primary and secondary treatment of the wound in acute appendicitis complicated

RESUMO

Apesar dos recentes avanços da Medicina, a infecção da ferida operatória continua sendo uma complicação freqüente no pós-operatório das apendicites agudas, principalmente quando ocorre gangrena, perfuração ou peritonite generalizada. Diversas condutas cirúrgicas têm sido preconizadas com a finalidade de reduzir a incidência dessa complicação, entre elas o fechamento secundário (pele aberta) da incisão operatória. O autor estudou centro e treze pacientes considerados de alto risco para o desenvolvimento de infecção da ferida operatória, atendidos no serviço de emergência do Hospital Universitário Antônio Pedro da Universidade Federal Fluminense no período de 1990 a 1994. Todos tiveram a cavidade abdominal irrigada com solução salina a 0,9% no per-operatório e antibióticos sensíveis às bactérias anaeróbias e gram negativas no pré e pós operatório. Vinte e nove pacientes (25,7%) apresentaram infecção na parede abdominal. Não houve diferença estatística significativa em relação ao desenvolvimento de infecção local quando comparadas as duas condutas cirúrgicas (P>0,05), porém notou-se diferença estatística (P<0,01) no grupo do sexo masculino e nos com idade superior a 60 anos (P<0,05). O tempo de permanência hospitalar foi de 18,8 dias no grupo com fechamento secundário e de 13,6 dias no fechamento primário. A mortalidade do grupo estudado foi de 1,7%. O autor concluiu que os pacientes tratados com fechamento primário da ferida cirúrgica tiveram um tempo de permanência hospitalar pós-operatória menor e que a incidência de infecção da ferida operatória não foi influenciada pelo tipo de fechamento da incisão cirúrgica.