Barreiras à prática de atividades físicas de adolescentes escolares da zona rural do sul do Rio Grande do Sul / Barriers to physical activity in adolescent students from rural area of southern Rio Grande do Sul

RESUMO

O objetivo do presente estudo foi identificar a prevalência de barreiras à prática de atividades físicas e fatores associados em alunos do ensino médio de escolas da zona rural da região sul do Rio Grande do Sul. Foram convidados a participar do estudo todos os alunos matriculados no ensino médio, das 10 escolas compreendidas pela 5ª Coordenadoria Regional de Educação (5ª CRE-RS). O estudo, de delineamento transversal, investigou 510 alunos adolescentes (34% do total da população) que responderam questionário sobre barreiras à prática de atividades físicas e fatores associados. Dos entrevistados, 59,0% eram do sexo feminino, 80,0% tinham entre 15 e 17 anos, 92,3% eram de cor de pele branca e 37,7% estavam cursando o primeiro ano do ensino médio. Mais da metade (53,3%) dos estudantes era suficientemente ativo no lazer e 82,9% encontravam-se na categoria normal de IMC. As barreiras que apresentaram maior prevalência foram: dias de chuva (79,1%), falta de tempo (75,3%) e falta de local adequado para a prática (52,3%). Entre as meninas que relataram oito e nove barreiras, as prevalências de insuficientemente ativas foi, respectivamente de 55,6% e 66,7%, enquanto que, para os meninos que relataram esse mesmo número de barreiras, não houve indivíduos insuficientemente ativos. A única barreira que permaneceu associada a inatividade física no lazer na análise multivariável foi a falta de dinheiro (p=0,03). Conclui-se que mais estudos com adolescentes residentes no meio rural são necessários para se conhecer as necessidades e assim estruturar políticas públicas de incentivo a atividade física.

ABSTRACT

The aim of the study was to identify the prevalence of barriers to physical activity and associated factors in high school students from rural area of southern Rio Grande do Sul. All students enrolled in high school were invited to participate in the study, ranging from 10 schools for the 5th CRE-RS. Cross-sectional study interviewed 510 adolescent students (34% of the total of the population) who answered a questionnaire about barriers to physical activity and associated factors. Among them, 59.0% were female, 80.0% were between 15 and 17 years, 92.3% were white color and 37.7% were attending the first year of high school. 53.3% of students were active during leisure time and 82.9% were with normal BMI. The more prevalent barriers were: rainy days (79.1%), lack of time (75.3%) and lack of a proper place to practice (52.3%). Among girls who reported eight and nine barriers, the prevalence of insufficient physical activity was respectively 55.6% and 66.7%, whereas for boys who reported the same number of barriers, there were no insufficient active individuals. The only barrier that remained associated with physical inactivity in the multivariate analysis was the lack of money (p = 0.03). We conclude that further studies with adolescents living in rural areas are required to meet the needs and improve public policies to encourage physical activity.