Prevalence of musculoskeletal disorders in the lower limbs among artisanal fisherwomen / shellfish gatherers of Brazil / Prevalência de distúrbios musculoesqueléticos nos membros inferiores de pescadoras artesanais/marisqueiras do Brasil

ABSTRACT

Introduction: Small-scale fishing is responsible for at least 40% of the fish consumed in the world. In Brazil, the worker in this sector is the artisanal fisherman, who accounts for one in every 200 Brazilians. Artisanal fishing is part of the informal economy; therefore, the pathologies that affect these fishermen are invisible in the country's official statistics. Musculoskeletal disorders represent a major socioeconomic and public health problem, but their prevalence is little known among non-formal workers. Objective: to estimate the prevalence of musculoskeletal disorders (MSDs) in the lower limbs and to verify the associated factors among artisanal fishermen/ fisherwomen from Saubara, Bahia, Brazil. Methodology: a cross-sectional study, using the Nordic Musculoskeletal Questionnaire (NMQ), the Brazilian version of the Job Content Questionnaire (JCQ) and a questionnaire about physical demands, were used to collect information in a random sample of artisanal fishermen/shellfish gatherers, in 2013. Results: the prevalence of MSDs in lower limbs in the sample was 65.5% (n=137). The prevalence of MSDs in the thigh/knee segment, leg and ankle/foot were 48.7% (n=92), 47.7% (n=95) and 38.1% (n=72), respectively. There was also a high frequency of obesity, poor education, low wages, early age at onset of labor, and excessive workload. Factors such as age, smoking, physical demands, working time, absence of breaks and having had a previous job were associated with MSDs in the lower limbs. Conclusion: the high prevalence of MSDs in lower limbs in female artisanal fishermen indicates the need to develop strategies for prevention, diagnosis and reporting of these diseases.

RESUMO

Introdução: a pesca em pequena escala é responsável por pelo menos 40% do pescado consumido no mundo e, no Brasil, o trabalhador desse setor é o pescador artesanal, que contabiliza um a cada 200 brasileiros. Por se tratar de uma atividade da economia informal, as patologias que afetam esses pescadores são praticamente invisíveis nas estatísticas oficiais do país. Nesse contexto, os distúrbios musculoesqueléticos representam um grande problema socioeconômico e de saúde pública, mas sua prevalência é pouco conhecida entre trabalhadores não formais. Objetivo: estimar a prevalência de distúrbios musculoesqueléticos nos membros inferiores e fatores associados, em pescadores artesanais/marisqueiras de Saubara, Bahia, Brasil. Metodologia: trata-se de um estudo transversal, utilizando o Nordic Musculoskeletal Questionnaire, a versão brasileira do Job Content Questionnaire e um questionário sobre demandas físicas, para a coleta de informações em uma amostra aleatória de pescadores artesanais/marisqueiras, ocorrida em 2013. Resultados: a prevalência de distúrbios musculoesqueléticos em membros inferiores na amostra foi de 65,5% (n=137); a prevalência no segmento coxa/joelho, perna e tornozelo/pé foi de 48,7% (n=92), 47,7% (n=95) e 38,1% (n=72), respectivamente. Observaram-se também alta frequência de obesidade, baixa escolaridade, baixos salários, idade precoce para o início do trabalho e carga horária excessiva. Fatores como idade, tabagismo, demandas físicas, tempo de trabalho, ausência de pausas e trabalho anterior, estavam associados aos referidos distúrbios. Conclusão: A alta prevalência de distúrbios musculoesqueléticos dos membros inferiores em pescadoras artesanais indica a necessidade de desenvolver estratégias de prevenção, diagnóstico e notificação dessas doenças