Mortalidade infantil no município de São Paulo: tendências recentes e desigualdades socioespaciais

RESUMO

O presente estudo teve como objetivo analisar a tendência do CMI no MSP (2007 A 2012), com foco em causas evitáveis e desigualdades socioespaciais. O CMI vem apresentando tendência de queda constante nas três últimas décadas no município de São Paulo e estabilização nos últimos cinco anos, mas ainda se observam importantes desigualdades espaciais e subprefeituras com elevados CMI. Verifica-se predomínio das mortes no período neonatal, representando cerca de 70% dessas mortes nos últimos cinco anos. A prematuridade mostrou-se um fator relevante, ocorrendo em cerca de 60% dos óbitos em menores de 1 ano. As principais causas de mortes foram as infecções, malformações congênitas, prematuridade, asfixia/hipóxia e fatores maternos e relacionados à gravidez e parto, sendo que as três primeiras foram responsáveis por quase dois terços desses óbitos. Observa-se que tais causas são passíveis de redução, em sua maior parte, por intervenções na assistência ao pré-natal, ao trabalho de parto, ao parto e ao recém-nascido, o que envolve ações de rastreamento, diagnóstico e procedimentos em lesões potencialmente tratáveis. Quando se consideram as regiões do Município de São Paulo, a Coordenadoria Regional de Saúde Leste apresenta o maior CMI e a maior vulnerabilidade social. Portanto, é necessário aprofundar a análise nas regiões de maior vulnerabilidade social, identificar e controlar os eventos que ocorrem na gestação ou mesmo antes da concepção, bem como avaliar a rede assistencial.