Da neurastenia à síndrome de fadiga crônica / From neurasthenia to chronic fatigue syndrome

RESUMO

O autor faz um histórico da evoluçäo do conceito de neurastenia, termo empregado por Beard em 1869, para designar um distúrbio que reunia mais de cinquenta sintomas e cujo núcleo era constituído pela fadiga. Muitas características da neurastenia já haviam sido descritos na Grécia antiga. Após sofrer várias modificaçöes ao longo dos anos, com a evoluçäo da nosologia psiquiátrica, o termo neurastenia caiu em desuso, e somente agora voltou a ser empregado no "fraft" da CID-10. É examinada a complexidade do sintoma cuja provável etiologia varia desde fatores psicológicos tais como conflitos familiares ou profissionais até distúrbios metabólicos, bacterianos ou imunológicos. É destacada a importância que tem sido dada nos últimos anos à queixa de fadiga em cuidados primários de saúde. É enfatizado a dificuldade de estudá-la, tanto pelas suas peculiaridades, subjetividades e obstáculos para quantificá-la, como também pelo fato da fatiga ser considerada muitas vezes um sintoma menor. Finalmente, säo descritas as principais hipóteses bioquímicas subjacentes a este sintoma, particularmente a noçäo de um deficit de dopamina